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Pedro Carreiro
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 16:28
O Vitória oficializou, no início da tarde desta quarta-feira (24), a contratação de Jair Ventura. O treinador chega à Toca para assumir o posto de Rodrigo Chagas, que foi efetivado no cargo há menos de um mês e será realocado para o cargo de auxiliar técnico. Ventura assina até o fim da temporada e traz consigo o auxiliar técnico Emílio Faro e o analista de desempenho Antônio Macêdo. >
Depois de Thiago Carpini, Fábio Carille e Rodrigo Chagas não conseguirem engrenar, o profissional de 46 anos é o escolhido da vez da diretoria para tentar salvar o time. Ventura terá 14 rodadas para tentar apagar o incêndio e escapar da degola, feito que já conseguiu três vezes ao longo da carreira, com o Botafogo em 2017, Sport em 2020 e Juventude em 2021.>
A chegada de Ventura marca um preocupante retorno a um cenário que parecia superado: a instabilidade crônica no comando técnico. Pela quarta vez nesta temporada, o Leão terá um treinador diferente, algo que não acontecia desde 2022, quando Dado Cavalcanti, Geninho, e João Burse treinaram o time. Este é um reflexo, assim como foi em 2022, direto de um momento de crise de resultados, com o clube atualmente na 17ª posição do Brasileirão, com 22 pontos.>
Tempo de trabalhos dos últimos treinadores do Vitória
No entanto, é importante notar que o Vitória vinha conseguindo escapar dessa situação nas últimas duas temporadas. Após um período de extrema instabilidade – entre o fim da passagem de Vagner Mancini em julho 2018 e a chegada de João Burse, contanto também com interinos, o time teve 19 trocas de comando em 1.384 dias, uma média de apenas 72 dias por profissional –, o clube encontrou uma relativa solidez.>
João Burse, que assumiu em junho de 2022, conquistou um acesso improvável à Série B. Em 2023, após um início ruim, foi substituído por Léo Condé, que fez um grande trabalho e levou o time ao título da Série B, conquistou o Baianão em 2024, mas foi demitido após um péssimo começo no Brasileirão. Thiago Carpini assumiu e, após uma campanha de recuperação que deixou o time na 11ª posição e classificou para a Sul-Americana, foi demitido em julho.>
Esse trio – Burse (229 dias, 24 jogos, média de 1,71 ppj), Condé (459 dias, 74 jogos, média de 1,66 ppj) e Carpini (421 dias, 74 jogos, média de 1,43 ppj) – representou uma pausa benéfica na instabilidade, com uma média de 369 dias no cargo, permitindo que os trabalhos fossem desenvolvidos com mais profundidade.>
Infelizmente, o cenário atual parece ser um regresso ao passado de incertezas. Após a saída de Carpini, a diretoria não encontrou solidez: Fábio Carille ficou apenas 46 dias no comando, e Rodrigo Chagas durou 26 dias desde que assumiu como interino. Jair Ventura, com um contrato que vai apenas até o final da temporada, ficará, no máximo, 99 dias no cargo caso não renove. >