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Advogada de líder do Comando Vermelho é presa durante operação em Feira de Santana

MP-BA aponta que advogada era peça-chave no esquema de lavagem de dinheiro

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 20 de julho de 2025 às 10:50

Andressa Cunha é apontada como operadora do esquema
Andressa Cunha é apontada como operadora do esquema Crédito: Reprodução

A advogada Andressa Cunha Rocha é uma das 32 pessoas denunciadas pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA) no âmbito da operação Skywalker, que investiga uma organização criminosa com atuação em Feira de Santana. As investigações revelam que a advogada de líder do Comando Vermelho (CV) repassava dinheiro de origem ilegal e estruturava empresas de fachada para a facção. 

Andresa Cunha Rocha foi presa na manhã de quinta-feira (17) durante a segunda fase da operação. Ela é advogada de Heverson Almeida Torres, liderança do CV em Feira de Santana, conhecido como 'Mil Grau' ou 'MG'. Durante o período em que representou MG, Andressa Cunha repassou mais de R$ 1,2 milhão para Kalline de Oliveira, esposa de Heverson, e para contas ligadas a ele. Para a polícia, as movimentações "revelam sofisticada lavagem de capitais e financiamento das operações criminosas". 

A advogada, segundo a polícia, aproveitava sua posição para garantir transparência de legalidade às transações financeiras. "Tais fatos saltam aos olhos e sugerem fortemente que Andressa atua como operadora financeira do grupo criminoso, auxiliando na ocultação de recursos ilícitos sob a aparência de transações legítimas ou de honorários advocatícios", pontuou a juíza Sebastiana Costa Bomfim e Silva, ao expedir mandado de busca em abril deste ano contra Andressa Cunha. 

Operação Skywalker por Divulgação

Andressa já cumpria prisão domiciliar desde abril, após ser alvo da primeira fase da operação Skywalker. Ela foi novamente detida na quinta-feira (17), na própria residência. A reportagem tentou entrar em contato com a defesa de Andressa Cunha, mas não obteve retorno até esta publicação. O espaço segue aberto. O cadastro dela na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), permanece ativo no Cadastro Nacional dos Advogados (CNA). 

Organização criminosa

A investigação contra o grupo criminoso com atuação em Feira de Santana teve início com evidências de que o policial militar da reserva Nilton Silva Brito comercializava armas de uso restrito para membros do Comando Vermelho. Para isso, ele utilizava uma conta bancária do dono de uma distribuidora de Feira de Santana para ocultar e lavar dinheiro. O maior beneficiado era Heverson Almeida Torres, o 'MG'. 

Durante a investigação, a polícia utilizou interceptações de contatos telefônicos, análise de dados financeiros, além de contar com a colaboração de informantes. A partir das provas colhidas, cada suspeito foi identificado com um papel específico no esquema criminoso. Em conversas interceptadas, os integrantes da quadrilha discutiam, por exemplo, o uso de fuzis para a escolta de cargas ilícitas. 

Ainda de acordo com a investigação, a facção controla territórios da cidade, como o bairro Queimadinha, inclusive com a instalação de câmeras de segurança para vigiar a área. Também é apurada a relação dos suspeitos com homicídios, ameaças e intimidação de moradores. 

A operação Skywalker foi desencadeada de forma integrada pelo MP-BA com o Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco/LD) da Polícia Civil. Durante a primeira fase da operação, mandados foram cumpridos em Lauro de Freitas e Muritiba, além de Brasília (DF), Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte.