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Alívio no Recôncavo: prisão de líder da Katiara desarticula retomada de territórios

Facção que controlava toda a região, perdeu espaço para outras organizações e hoje se concentra em Nazaré, onde surgiu

  • Foto do(a) author(a) Bruno Wendel
  • Bruno Wendel

Publicado em 14 de julho de 2025 às 05:00

Líder da Katiara, Roceirinho estava perto de ir para o semiaberto, mas teve preventiva decretada
Líder da Katiara, Roceirinho estava perto de ir para o semiaberto, mas teve preventiva decretada Crédito: SSPBA

O temor de um agravamento na dinâmica do tráfico no Recôncavo baiano levou à Justiça decretar a prisão preventiva do líder e fundador da Katiara, Adilson Souza de Lima Almeida, o Roceirinho. Quando estava em vias de fazer progressão de regime, sair do fechado para o semiaberto, o traficante, ainda dentro do Presídio Salvador, ordenou ataques recentes a rivais e a policiais, aponta o Serviço de Inteligência da Polícia Civil. Desta forma, havia a preocupação das autoridades de que, quando ele estivesse nas ruas, pudesse planejar a retomada de territórios perdidos para outras facções, como Comando Vermelho (CV)Bonde do Maluco (BDM) e Terceiro Comando Puro (TCP).

“Acusado figura no ápice da hierarquia piramidal da organização criminosa, nominada Katiara, atuante em diversas regiões deste Estado, promovendo como delito principal o tráfico ilícito de entorpecentes, além de diversos delitos instrumentais, como homicídios, inclusive coletivos e delitos contra o patrimônio de diversos matizes”, diz decisão publicada pela Vara dos Feitos Relativos a Delitos de Organização Criminosa de Salvador, do dia 08 de julho deste ano, suspendendo a progressão do líder da organização criminosa. No semiaberto, o preso tem autorização para trabalhar ou estudar fora da unidade prisional, além das saídas temporárias, em datas comemorativas, como Natal e Páscoa.

De acordo com o documento, que o CORREIO teve acesso ao conteúdo com exclusividade, aponta que relatórios recentes produzidos pela inteligência da Polícia Civil foram encaminhados ao Ministério Público do Estado (MP-BA), que, por sua vez, se pronunciou favoravelmente “à pretensão acautelatória constritiva pessoal”, ressaltando que “episódios contemporâneos que evidenciam a permanência da prática de ações extremamente violentas, tais como ataques às forças policiais, atividades denominadas 'tribunais do crime' e invasões a comunidades com ameaças a moradores, ocorridas nos bairros de Valéria, em Salvador, e no distrito de São Roque do Paraguaçu, em Maragogipe”.

Maragogipe

Segundo a decisão, o relatório técnico do Departamento de Inteligência Policial, no último dia 02 de julho, cerca de 20 homens armados, “pertencentes à Katiara (que hodiernamente tem atuado sob a bandeira do Comando Vermelho)” invadiram a localidade de São Roque do Paraguaçu, município de Maragogipe, inclusive, com fuzis e metralhadoras, numa tentativa de expulsar a organização criminosa“ BDM (Bonde do Maluco) daquele local, resultando num intenso tiroteio que perdurou por 03 horas, entre 2 e 5 da madrugada. O representado fora o responsável por ordenar o ataque”. O trecho destaca o início de um “fechamento” (parceria) entre o grupo de Roceirinho e o CV contra o BDM.

O mesmo documento reporta uma invasão de integrantes da Katiara na comunidade de Capanema, ocupada por outro grupo amado. Na ocasião, eles arrombaram e depredaram estabelecimentos comerciais, além de ameaçarem os moradores. “No ataque, fora deixado um artefato explosivo, não detonado, que precisou ser desarmado pelo esquadrão antibombas da Polícia Militar”.

O texto traz um episódio do “tribunal do crime”. No 03 de abril, Matheus Roma de Oliveira, que, na ocasião, tinha mandado de prisão em aberto, fora sequestrado no bairro de Valéria e levado para um matagal, foi punido com tiro em cada uma das mãos, terminando por ser socorrido pela Polícia Militar a uma unidade médica. 

“Também chama a atenção o ataque promovido pelos membros da Katiara a integrantes das forças de segurança, pois no dia 28 de abril, uma guarnição da Polícia Militar fora emboscada no bairro de Valéria, alvo de disparos de arma de fogo que resultaram em danos à viatura 9-3110, da 31º CIPM”, diz o documento.

Roceirinho quando preso pela Polícia Civil por Evandro Veiga/Arquivo Correio