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Segundo a polícia, estão sendo cumpridos oito mandados de busca e apreensão
Da Redação
Publicado em 18 de julho de 2024 às 08:00
Mais um suspeito pela morte de Flávio Gabriel Pacífico dos Santos, o Binho do Quilombo, foi preso pela Polícia Federal na Bahia, durante uma operação que aconteceu na quarta e quinta-feira (17 e 18). Um outro suspeito de envolvimento na morte de Binho foi preso na tarde de ontem, no Salvador Shopping, na capital do estado. Binho é filho de Mãe Bernadete, que também foi assassinada.
Segundo a Polícia Federal, as investigações apontaram que os suspeitos usaram no crime um veículo fraudado adquirido em nome de terceiro, financiado com o uso de documentos falsificados. O número de celular utilizado por um dos investigados à época do crime foi cadastrado em nome desta mesma pessoa.
Ainda de acordo com a polícia, as investigações demoraram devido ao uso de documentos falsos e do celular em nome de outra pessoa. Após a identificação da pessoa que usava o celular, os dois mandados de prisão foram expedidos - e já foram cumpridos. As investigações se iniciaram na Polícia Federal em setembro de 2017, poucos dias após o delito, que foi praticado no dia 19 de setembro do mesmo ano.
Outros oito mandados, desta vez de busca e apreensão, ainda estão sendo cumpridos no bojo da fase ostensiva das investigações, todos deferidos pela 2ª Vara Especializada Criminal da Seção Judiciária da Justiça Federal na Bahia.
Filho revela ameaças
Filho de Mãe Bernadete, Jurandir Wellington Pacífico revelou, durante um evento no Ministério Público da Bahia com a ONU, nesta terça-feira (16), que vem sofrendo ameaças de morte. O professor falou que está sem dar aulas por conta da própria segurança.
O ativista contou que há 22 dias recebeu uma mensagem dizendo que seria o próximo com figurinhas de bombas e armas. “Meu celular ficou para investigação e estou com outro número”, explicou.
Pacífico teve sua mãe e seu irmão assassinados e ambos os crimes ainda não foram solucionados. Mãe Bernadete e Fábio Gabriel Pacífico, conhecido como Binho do Quilombo, eram representantes da Comunidade Pitangas dos Palmares, grupo quilombola localizado no município de Simões Filho, região metropolitana de Salvador.
“Eu quero que fique registrado, porque quando mataram Binho, minha mãe nunca pensou que iria chegar nela e um cara entrou na casa e deu 25 tiros nela”, disse. Os relatos de Jurandir foram feitos durante um evento no Ministério Público da Bahia com o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) para discutir igualdade étnico-racial.