Cratera se abre em rua de Marechal Rondon e moradores temem novo desabamento: 'Risco de cair é muito grande'

Uma vistoria conjunta da Sedur e Codesal será realizada nesta quarta-feira (24) para avaliar a situação; moradores temem que o buraco aumente

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  • Elaine Sanoli

Publicado em 23 de abril de 2024 às 19:46

Cratera na rua Padre Patrick Peiton, em Marechal Rondon
Cratera na rua Padre Patrick Peiton, em Marechal Rondon Crédito: Arisson Marinho/ CORREIO

Moradores do bairro Marechal Randon, em Salvador, estão há mais de um mês convivendo com uma cratera que se formou na Rua Padre Patrick Peiton. Ao menos seis casas estão próximas do buraco, fazendo com que as famílias tenham receio do que pode ocorrer caso a cratera aumente. 

Com residência localizada ao lado da cratera, Arilma Cerqueira, 34, conta que o local, que serve de passagem, foi construído há mais de 20 anos pelos próprios moradores, mas há algum tempo apresentava indícios de que iria ceder, risco que se intensificou com as chuvas das últimas semanas na cidade. 

Arilma Cerqueira, moradora da rua Padre Patrick Peiton, em Marechal Rondon
Arilma Cerqueira, moradora da rua Padre Patrick Peiton, em Marechal Rondon Crédito: Arisson Marinho/ CORREIO

"Já tem um tempo que estava se formando essa situação e a gente vinha correndo atrás dos órgãos responsáveis. No dia que abriu a cratera não estava chovendo, estava estiado, mas com as chuvas anteriores vinha sempre acumulando muito água e acreditamos que isso tenha ajudado", conta.

Arilma afirma que a Defesa Civil de Salvador (Codesal) foi acionada no dia 19 de março, data em que a cratera se formou e o órgão esteve no local. "[Eles] condenaram as partes que correm o risco de cair e disseram que as equipes responsáveis viriam, mas até então só vieram fazer esse pequeno muro de contenção para impedir que a água fosse para a parte da cratera", denuncia.

O coordenador da Codesal, Sosthenes Macêdo afirma que não houve deslizamento e que a Codesal foi até o local para vistoria e instalação de uma contenção para que a água da chuva não atingisse o local.

"Ali não é uma encosta. Ali era um vazio e os moradores para criar um acesso, uma calçada, fizeram uma alça. Ali é um jardim de suspensão, é um passeio suspenso. Você observa que ele se assemelha a uma edificação [com] colunas, a estrutura de um prédio", explica Sosthenes Macêdo. Segundo o coordenador da Codesal, após a ruptura da laje, usada como calçada pelos moradores, o local foi isolado. 

"A Seman [Secretaria de Manutenção da Cidade] fez um 'camaleão', que é um um cursor de águas com blocos cerâmica para a água não cair para aquele local, a Sedur [Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo] foi provocada também para fazer a demolição, assim como a Seinfra [Secretaria Municipal de Infraestrutura e Obras Públicas] e a Sucop [Superintendência de Obras Públicas do Salvador]  para providências futuras", completou.

A Sedur informou que uma vistoria conjunta com a Codesal será realizada nesta quarta-feira (24) para avaliar a situação e definir as medidas cabíveis. Já a Sucop afirmou que uma equipe será enviada ao local da cratera "para avaliar a situação do logradouro", mas não deu uma previsão para essa avaliação.

Segundo relato da moradora, os residentes estão evitando ficar próximo ao local pelo perigo iminente do chão ceder novamente, aumentando o tamanho do buraco. "O risco que caia o restante da rua é muito grande. Tenho um filho de 9 anos que nem deixo mais brincar [na rua] por medo de cair".

Além de ter afetado as famílias que, de acordo com Arilma, tiveram que deixar suas casas para morar de aluguel, há o receio de que o poste de energia, localizado nas imediações do buraco vá ao chão também. São três casas próximas ao buraco e mais três logo abaixo. A locomoção das famílias que habitam a rua também gera preocupação. "Se cair, vamos ter que fazer uma volta bem maior para chegar ao final de linha do bairro", diz apreensiva.

O gestor da Codesal reitera que o local foi condenado e que os moradores foram notificados. "A gente fez o isolamento por uma questão de segurança. Quando é enxergado ali qualquer cenário de risco, o engenheiro plantonista ou quem faz a vistoria nesses cenários aponta a necessidade do afastamento para favorecer a segurança daqueles moradores", diz.