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Entenda a trama amorosa que envolveu a fuga dos presos de Eunápolis

Ex-diretora de presídio mantinha relação amorosa com líder de facção

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 8 de julho de 2025 às 07:30

Joneuma Neres Silva, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis e Ednaldo Pereira Souza, o Dadá, chefe do Primeiro Comando de Eunápolis
Joneuma Neres Silva, ex-diretora do Conjunto Penal de Eunápolis e Ednaldo Pereira Souza, o Dadá, chefe do Primeiro Comando de Eunápolis Crédito: Reprodução

A ex-diretora do presídio de Eunápolis, Joneuma Silva Neres, mantinha relações amorosas com o líder do Primeiro Comando de Eunápolis (PCE), Ednaldo Pereira Souza, conhecido como Dadá. A informação foi confirmada em depoimentos de presos da unidade prisional, de onde 16 detentos fugiram em 12 de dezembro de 2024.

Segundo informações do processo, acessado pela reportagem, Joneuma autorizou a entrada irregular de itens como freezers, roupas, sanduicheiras e refrigeradores para uso dos integrantes de facções. De acordo com o ex-coordenador do presídio Wellington Oliveira, preso em janeiro por suspeita de ser cúmplice da ex-diretora, Joneuma chegou a liberar até mesmo a entrada da esposa de Dadá no Conjunto Penal sem qualquer necessidade de revista ou inspeção.

"As investigações apontam diversas irregularidades no Conjunto Penal, após a direção assumida pela investigada, tais como contato direto e reuniões particulares com detentos chefes de facções criminosas, concessão de certos benefícios e autorização de entrada no presídio sem a devida revista pessoal para algumas pessoas, dentre elas a esposa do atual líder da facção criminosa conhecida como PCE”, escreveu o juiz do Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), na sentença que manteve a prisão da ex-gestora, em janeiro.

A defesa de Joneuma, representada pelo advogado Artur Nunes, alega que o comportamento da diretoria buscava apenas manter a paz na penitenciária. "Dentro de uma unidade penal, vive-se de negociação, no sentido de você tentar ao máximo estabelecer a ordem da unidade prisional, evitar problemas, guerras e conflitos entre os presos", afirmou.

Wellington não confirmou se havia uma relação amorosa entre Joneuma e Dadá, mas relatou que os dois frequentemente tinham encontros a sós, com o visor da porta coberto por uma folha de papel, conduta que era vista com estranhamento por funcionários da unidade.

Presa em janeiro deste ano, Joneuma Silva Neres teve um filho prematuro dentro do Conjunto Penal de Itabuna, no sul da Bahia. Detida grávida ela deu à luz na cadeia, em um parto prematuro, segundo a TV Bahia. A filha permanece com ela.

Em abril deste ano, Joneuma entrou com uma ação solicitando “alimentos gravídicos” contra o ex-deputado federal Uldurico Júnior (MDB), afirmando que mantiveram um relacionamento amoroso e que ele teria interrompido o apoio financeiro. No processo, ela anexou fotos do casal, registro de casamento e um teste de DNA que, segundo ela, comprovaria a paternidade da criança.

Uldurico, que se casou em 2024 com a advogada Renata Rebouças, disse que Joneuma juntou um arquivo em branco com nome exame de DNA no processo e que isso foi considerado “má fé” pela juíza do caso. Ao CORREIO, ele afirmou que procura os meios legais de pedir judicialmente o exame de DNA. “Eu não respondo a nenhuma acusação, apenas estive no presídio conversando com vários representantes de cada ala, para falar sobre direitos humanos, que sempre foi uma pauta minha como deputado federal”, disse. Um dos policiais penais ouvidos no processo contou que Uldurico costumava se comunicar, com certa frequência, com presos e lideres de facção, entre eles Dadá.

Ex-diretora foi presa por facilitar fuga de detentos por Reprodução