Fios, peças de carro e pedaços da estrutura do edifício que desabou no Politeama estão sendo saqueados, afirma síndico

Famílias não têm previsão de retornar para suas casas

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  • Yasmin Oliveira

Publicado em 12 de abril de 2024 às 18:32

Após o desabamento no prédio, o local está sendo saqueado, mas os apartamentos ainda não foram alvo dos invasores
Após o desabamento no prédio, o local está sendo saqueado, mas os apartamentos ainda não foram alvo dos invasores Crédito: Leitor CORREIO

Os moradores do Edifício Alto do Politeama, no bairro do Politeama, passam por mais um sentimento de insegurança após um deslizamento de terra ocorrer na fundação do prédio. Com os apartamentos evacuados, saqueadores aproveitam para roubar peças de carro, fios, alumínios e pedaços da estrutura do edifício.

“Já estamos desabrigados, todos estão com esse medo e essa insegurança do que pode vir a acontecer, chegar nos apartamentos. Por enquanto eles só tiveram acesso a parte estrutural, carros, fios e alumínios”, conta o síndico Fábio Souto.

O acesso dos saqueadores está sendo por um bar próximo ao prédio e pela lateral da Transalvador que também foi atingida pelo deslizamento, segundo o síndico. Por enquanto nenhum morador notou falta em seus pertences, levando a acreditar que os saqueadores não chegaram aos apartamentos, se mantendo na área baixa do prédio. Para eles, é questão de tempo até que algum seja invadido.

“Me sinto triste, pois, já não estou na minha casa, meu carro está soterrado. Os dias vão passando e a angústia se torna maior. Dependo do meu veículo para trabalhar e continuar mantendo a vida. Resumindo, me sinto impotente perante minha família”, relata o motorista por aplicativo Bruno Mendes, 39.

Fábio ainda conta que os moradores buscaram a ajuda da Polícia Militar para tentar evitar que a situação escale até os apartamentos. Até o momento, segundo ele, cinco suspeitos foram apreendidos pela Guarda Municipal e pela Polícia Militar.

Outro morador que preferiu se identificar apenas como Alessandro relatou estar impotente diante da situação vivenciada pelo desmoronamento, mas que a insegurança com os 'vândalos que ficam nas redondezas em relação aos móveis dentro do prédio' está o deixando muito preocupado.

O prédio tem três andares com 14 apartamentos, além de uma área e playground e andares de garagens no subsolo. Foi nessa área onde ocorreu o deslizamento, atingindo carros que estavam estacionados.

Para evitar que muitas pessoas tenham acesso ao mesmo tempo, o síndico está controlando a entrada dos moradores afim de evitar instabilidade no imóvel. Posteriormente, o edifício passará por uma nova avaliação que vai determinar se há risco de desabamento. Enquanto isso não acontece, os moradores não poderão voltar aos apartamentos. Ainda não há prazo definido para a avaliação.

Moradores registraram a presença da Polícia Militar em fotos, mas a corporação, ao ser procurada, informou que não teve registro de saques no endereço citado. Enquanto a Polícia Civil relatou não ter registrado boletins de ocorrência sobre o fato e para iniciar uma investigação é preciso que seja feito o registro.

A Defesa Civil informou por meio de nota que o local continua interditado para análise estrutural dos tubulões. “As famílias evacuadas do local foram acolhidas por amigos e familiares. A Sucop procede a avaliação da área para determinar as intervenções necessárias”, disse.

A Guarda Municipal informou, por meio da assessoria, que três suspeitos foram detidos na área da sede da Transalvador, onde caiu um muro. "Os suspeitos estavam com fios de energia, que teriam sido furtados. Os homens foram encaminhados para a Central de Flagrantes", relatou.

*Com orientação da subeditora Monique Lôbo