Famílias de prédio que desabou no Politeama não têm previsão de retornar para suas casas

Defesa Civil de Salvador (Codesal) informa que prédio só será liberado após avaliação detalhada

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  • Millena Marques

Publicado em 9 de abril de 2024 às 19:31

Desabamento no
Desabamento no Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Os moradores do prédio que desabou no bairro do Politeama, em Salvador, na madrugada da última segunda-feira (8), não têm previsão de retorno ao edifício residencial. O imóvel abriga, ao menos, 25 pessoas e está localizado na rua Politeama de Cima. Segundo a Defesa Civil de Salvador (Codesal), o prédio só será liberado após uma avaliação detalhada das colunas atingidas pelo deslizamento. Por enquanto, as famílias são acolhidas por vizinhos, amigos e familiares.

O motorista por aplicativo Bruno Mendes, 39 anos, estava dormindo quando foi acordado com um estrondo. Da janela do apartamento, ele ouviu um vizinho aos gritos. “Peguei minha filha, botei ela do lado de fora do condomínio e depois a gente saiu esvaziando o prédio, ajudando os vizinhos a saírem", contou. Ele dividia o apartamento com a filha, de 12 anos. Os dois estão na casa da mãe de Bruno, onde vão ficar até a situação ser resolvida.

Por meio da assessoria, a Codesal informou que não há previsão de retorno dos moradores, que foram encaminhados ao cadastramento social. Ainda segundo o motorista, o prédio nunca apresentou sinais de desabamento. “Foi bem traumatizante. Nunca passamos por isso. Foi triste e assustador”, continuou.

Do imóvel, Mendes só conseguiu recuperar algumas peças de roupa e documentos. O veículo do motorista, utilizado durante as corridas por aplicativo, ainda continua no local do desabamento. “Vou ter que ficar parado, sem trabalhar, sem ganhar nada. Os móveis estão dentro de casa, também não conseguimos retirar ainda”, disse Mendes.

Na segunda-feira (8), o motorista também contou que um idoso precisou ser resgatado após cair em um buraco que se abriu na área do prédio. "Um senhor caiu no buraco porque estava tudo escuro. Ele começou a gritar pedindo ajuda, e aí um vizinho desceu com uma corda para ajudar".

O deslizamento de terra que ocorreu na fundação do edifício residencial do Politeama também atingiu a sede da Superintendência de Trânsito de Salvador (Transalvador), no bairro dos Barris. Uma funcionária da autarquia sofreu ferimentos leves, foi encaminhada a uma unidade de saúde e liberada no mesmo de dia.

De acordo com a Transalvador, os serviços de defesa de notificação, apresentação de condutores e demais atendimentos relacionados a multas de trânsito estão suspensos. “Por conta disso os prazos permanecem prorrogados. O cidadão que tinha agendado atendimento presencial, deverá aguardar para fazer uma nova programação”, diz em nota.

As entregas presenciais de credenciais para estacionamento em vagas especiais e o registro de acidentes com vítimas também estão suspensos. Questionados sobre o período em que os serviços ficarão suspensos, a autarquia informou que estão “aguardando as avaliações de risco nas estruturas e analisando possíveis locais alternativos.”

*Com orientação da subchefe de reportagem Monique Lôbo