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Da Redação
Publicado em 21 de agosto de 2024 às 18:27
A Justiça concedeu habeas corpus para a jovem indígena condenada por atropelar e matar uma criança em Pau Brasil, no sul da Bahia. A determinação aconteceu na terça-feira (20) e significa que ela responderá ao crime em liberdade. As informações são da TV Santa Cruz.>
Desde julho, quando Tehiana Gomes de Freitas Pataxó foi condenada, indígenas acampam no entorno da unidade prisional pedindo por sua liberdade. >
O crime aconteceu em 2021. Segundo a investigação do caso, a mulher dirigia uma Hilux em alta velocidade e não possuía carteira de habilitação quando aconteceu o acidente. O pequeno Enzo Gabriel, de 4 anos, estava no passeio quando a condutora perdeu o controle da direção do veículo. O menino ficou preso entre a parede e a caminhonete. Ele chegou a ser socorrido por pessoas que estavam no local, mas não resistiu aos ferimentos. O casal fugiu. >
O caso foi tratado como homicídio simples e Tehiana foi condenada a 13 anos de reclusão, com regime inicial fechado. A defesa dela, inclusive, argumenta que o caso deve ser tratado como crime de trânsito, ao invés de homicídio. >
A reportagem solicitou mais detalhes da nova decisão para o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), mas não recebeu retorno até a última atualização da matéria. >
A sentença divulgado no mês passado considera que a acusada "mesmo sabendo não possuir condições de dirigir por não possuir habilitação tomou a direção do veículo em via pública" e os motivos do crime foram graves "na medida em que os acusados estavam satisfazendo o desejo pessoal de deleite".>
Renato Santos Rocha também estava no carro e foi condenado a dois anos e oito meses de detenção e, pelo mesmo período, à suspensão do direito de dirigir um veículo. >
Segundo parentes de Enzo, o veículo do acidente, uma Toyota Hilux branca, era dirigido por uma mulher da tribo de Enzo que não tinha habilitação e estava tendo aulas de direção com o dono do carro.>
“A moça que atropelou é indígena, recém separada do primo de Enzo. É da mesma tribo. Já o rapaz não é indígena, mas é de uma família tradicional da cidade. Eles não foram encontrados. Não sabemos se fugiram ou aguardam a poeira baixar para se apresentarem”, disse, na época, a prima de garoto, a técnica de enfermagem Jossilene Santos Silva, 24.>
A tragédia aconteceu na Travessa Ivete Nogueira, no centro de Pau Brasil. Familiares de Enzo contaram que o menino voltava para casa, junto com a mãe e uma amiga dela. Eles desciam a rua e logo avistaram a picape descendo também. Quando perceberam que o veículo estava em alta velocidade, foram para o acostamento, em vão.>
Descontrolado, o carro foi para mesma direção em que eles estavam. No susto, Enzo soltou a mão da mãe e subiu na calçada mais alta, ocasião em que o a Hilux atingiu o menino. “A picape ia bater numa moto e desviou e subiu a calçada pego meu primo”, contou Jossilene. O garoto era da tribo Pataxó Hã hã hae e filho único de um casal.>