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Jovem que passou 9 dias sumida pediu perdão e disse que dormiu na rua

Hosana Adriana da Cruz Nascimento foi encontrada pela polícia na noite de terça-feira (6)

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 7 de maio de 2025 às 14:26

Jovem vive na OAF desde os 10 anos
Jovem vive na OAF desde os 10 anos Crédito: Reprodução

A adolescente Hosana Adriana da Cruz Nascimento, de 17 anos, que foi encontrada na noite da última terça-feira (6), após passar nove dias desaparecida, contou que dormiu na rua e foi levada pelo ex-namorado até a casa da ex-sogra, em Cajazeiras, onde foi localizada pela polícia. Segundo Jozias Sousa, diretor da Organização de Auxílio Fraterno (OAF), que acolhe a jovem há sete anos, ela pediu perdão pelo que fez.

“O primeiro contato com ela foi um contato emocionado de um pai que, vendo sua filha que estava desaparecida e ele angustiado querendo saber onde e como ela estava, ao encontrá-la, não tinha palavras para dizer. Ela me pedia perdão o tempo todo. ‘Perdão, meu pai, perdão, meu padrinho’. Ora chamava de pai, ora de padrinho. Eu disse que ela não tinha que pedir perdão. Ela me abraçou, começou a chorar e eu também”, narrou Jozias.

Jozias Sousa, diretor da OAF Crédito: Larissa Almeida/CORREIO

Passado o momento de emoção, Hosana Adriana foi questionada a respeito do motivo que a levou a passar nove dias fora da instituição. Ela, que saiu no dia 28 de abril rumo ao estágio, contou que de lá seguiu para a escola, onde não teve aula. Em vez de voltar para a OAF, preferiu ficar conversando com colegas até as 17h e seguiu dali até a casa de uma delas.

“Ela disse que o tempo foi passando e, quando observou, estava tarde. Na imaginação dela, não entraria mais na OAF por causa do horário. Nós orientamos quanto ao horário, porque aqui é uma família e toda a família orienta seus filhos. Orientamos, até mesmo por tudo que observamos diariamente [no que diz respeito] à violência que está aí, que cheguem cedo. Ela mesma já chegou 19h30, até 20h”, disse Jozias.

A política da instituição, no entanto, não permite que nenhum jovem institucionalizado seja impedido de voltar às dependências e, segundo o diretor da OAF, a adolescente sabia disso. “Eu perguntei por que ela não voltou, se sabia que nunca iríamos deixar ela dormir fora de casa. Perguntei onde ela dormiu e ela disse que foi na rua. Quando perguntei por que ela não voltou depois, ela não respondeu”, contou.

Na versão contada por Hosana ao diretor da instituição, ela foi resgatada pelo ex-namorado e levada até a casa da ex-sogra, em Cajazeiras XI. “Daí a minha pergunta: por que essa mãe dele, ao recebê-la, não fez contato com a instituição? Não é possível que ela não tenha visto que estávamos procurando Hosana por nove dias, saiu em todos os meios de comunicação. Essa pessoa não poderia ter pegado o telefone e ligado para a gente?”, questionou Jozias.

Para além da preocupação pelo desaparecimento, ele apontou a angústia diante da incerteza quando à integridade da jovem, uma vez que ela nunca havia tido comportamento semelhante e deixou todos os pertences no apartamento da OAF. Ele, inclusive, acredita que a atitude não foi premeditada. “Se ela tivesse intenção de fugir, teria levado objetos pessoais, como roupas e perfume, mas não levou”, ressalta.

Após o retorno para a instituição, Hosana vai ficar um tempo apenas na instituição, ou seja, vai ficar afastada da escola e do estágio. A expectativa é de que, em breve, ela seja ouvida pela Vara da Infância e Juventude.