Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2024 às 12:59
A operação desta quinta-feira (1º) da Polícia Federal em Salvador mira um empresário que é suspeito de intermediar uma negociação fraudulenta envolvendo Rui Costa (PT), ex-governador da Bahia e atual ministro da Casa Civil do governo Lula (PT), para comprar respiradores durante a pandemia da covid-19. Os aparelhos nunca foram entregues. >
Segundo o UOL, o empresário Cleber Isaac Ferraz Soares recebeu R$ 1,6 milhão de comissão por intermediar o negócio entre o governo baiano e a empresa Hempcare. Um mandado de apreensão determina que sejam apreendidos dele dinheiro, aparelhos eletrônicos e documentos. Em 2022, na primeira fase da investigação, ele já havia sido alvo de mandados em seu apartamento no Corredor da Vitória.>
A PF cumpriu 34 mandados de busca e apreensão e bloqueios de bens nesta segunda fase da Operação Cianose. Ao todo, os governadores do Nordeste gastaram R$ 48 milhões para comprar os respiradores em 2020, em negociação que teve contrato assinado por Rui Costa, que representava o Consórcio Nordeste. Ele é um dos investigados no caso, mas não foi alvo da ação desta quinta. >
A dona da empresa que venderia os respiradores, Cristiana Taddeo, fez uma delação premiada e contou que o empresário Cleber Isaac se apresentou como amigo de Rui e da esposa dele, a então primeira-dama Aline Peixoto. No acordo de delação, homologado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), ela devolveu R$ 10 milhões que recebeu pelo negócio - os outros R$ 38 milhões teriam sido repassados a outros envolvidos. >
Rui Costa nega ter cometido irregularidades e afirma que foi ele quem pediu que a investigação se iniciasse. "Após a não entrega dos respiradores, o então governador Rui Costa determinou que a Secretaria de Segurança Pública da Bahia abrisse uma investigação contra os autores do desvio dos recursos destinados a compra dos equipamentos. Os mesmos foram presos pela Polícia Civil por ordem da Justiça baiana semanas após a denúncia", disse nota enviada em abril pela assessoria do ministro. Ele afirma ainda que por conta da pandemia, no período compras "no mundo inteiro foram feitas com pagamento antecipado".>
Rui diz ainda que não tratou das compras com nenhum intermediário. "Durante a pandemia, as compras realizadas por estados e municípios no Brasil e no mundo inteiro foram feitas com pagamento antecipado. Esta era a condição vigente naquele momento. O ex-governador Rui Costa deseja que a investigação prossiga e que os responsáveis pelo desvio do dinheiro público sejam devidamente punidos e haja determinação judicial para ressarcimento do erário público".>
A reportagem tentou contato com Cleber Isaac, mas não obteve sucesso. >