TRANSPORTE

Os cinco problemas do ferry que mais irritam os usuários

Passageiros relatam os principais incômodos durante o uso do equipamento

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  • Gilberto Barbosa

Publicado em 9 de maio de 2024 às 06:00

A reportagem esteve no Terminal de São Joaquim e listou as principais queixas dos passageiros Crédito: Marina Silva

Sujeira, sanitários em mau estado, baratas, calor. Essas estão entre as principais reclamações dos usuários do ferry-boat. A insatisfação se amplifica com o anúncio do aumento dos preços das passagens, anunciado na última terça-feira (7) pela Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia (AGERBA). A reportagem esteve no Terminal de São Joaquim e listou as principais queixas dos passageiros:

Sujeira

Os passageiros relatam que a sujeira é vista em todos os pontos do terminal, durante o acesso e até nas embarcações. No dia 05 de janeiro, uma reportagem do Correio constatou a falta de manutenção e a ausência de funcionários de limpeza nas embarcações que fazem a travessia Salvador-Bom Despacho.

“Eu fico sem palavras. Acho que muito descaso do governo, que só faz botar material, mas quem que zela? Reclamamos, mas ninguém resolve nada”, desabafou na época a aposentada Dalva Luciano, 75 anos.

Baratas

Os passageiros reclamam da presença de baratas, em especial no período da noite. Eles contam que é possível ver os insetos nos momentos que as embarcações estão com menos pessoas.

"Você pega o ferry-boat no período da noite e vê aquelas baratinhas tomando conta. Durante o dia tem muita gente, então elas não aparecem. No entanto se você pegar o ferry das 22 ou das 23 horas, que tem menos passageiros, você percebe que elas se espalham por toda a embarcação”, diz o aposentado, Paulo Cesar dos Santos, 62 anos.

Tempo de Espera

A demora entre a saída das embarcações incomoda quem faz a travessia pelo ferry-boat. A marisqueira Mariane Costa, 37, conta que precisou esperar cerca de duas horas para sair de Salvador em direção ao Terminal de Bom Despacho. “Eu cheguei para pegar o ferry das 12h e não tinha mais balsa disponível, só a partir das 14h”, diz.

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A reportagem esteve no Terminal de São Joaquim e listou as principais queixas dos passageiros Crédito: Marina Silva

Em dias de demanda alta, a espera chega até quatro horas para os motoristas que usam o serviço. No feriado da Semana Santa, a demora causou indignação nos condutores, que fizeram um ‘buzinaço’ em protesto. "O atendimento não condiz com o preço. Todo feriado costuma ser assim. Eu cheguei por volta das 12h30 e acredito que só vou conseguir pegar o ferry-boat depois das 17h30", afirmou na época o aposentado Francisco da Silva.

Banheiros

Os banheiros são outra reclamação constante daqueles que fazem a travessia. Mau cheiro, ferrugem, falta de higienização adequada estão entre os problemas apontados pelos passageiros. “Os banheiros são insuportáveis. A pessoa que precisa fazer uma necessidade fisiológica, pode até fazer na roupa porque a condição é a pior possível. Tudo sujo, mau cuidado e sem uma limpeza adequada”, conta Paulo.

Cabines

A técnica de enfermagem Mariluce Vieira, 53, conta que as cabines lidam com goteiras em dias de chuva. Outra reclamação dela é relacionada aos assentos e à temperatura no local. “Não tem uma estrutura satisfatória para crianças e idosos. As cadeiras são desconfortáveis. Tem uma área montada para idosos, mas não tem estrutura, o ar-condicionado está quebrado e o banheiro sem condições. A gente vai pela necessidade”.

Já o segurança Lourenço Sacramento, 61 anos, reclama do barulho causado pela atuação desordenada de ambulantes dentro das cabines das embarcações. “Você tem um dia estressante e tem que lidar com uma desorganização, com ambulantes fazendo barulho querendo vender no ferry. É irritante porque você tenta relaxar e não consegue”, explica.

A reportagem procurou a Internacional Travessias Salvador (ITS), que administra o ferry-boat, para esclarecimentos quanto as reclamações dos usuários, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

*Com orientação da chefe de reportagem Perla Ribeiro