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Polícia monta plano para descapitalizar organizações criminosas na Bahia

Foco em apreensões será essencial para essa etapa, afirma delegada

  • Foto do(a) author(a) Da Redação
  • Da Redação

Publicado em 19 de junho de 2024 às 21:15

Delegada Márcia Pereira
Delegada Márcia Pereira Crédito: Marina Silva/CORREIO

Após as prisões de sete membros do “tribunal do crime” da facção Bonde do Maluco (BDM), realizadas na manhã desta quarta-feira (19), a próxima etapa da Operação Desavenças é investigar a lavagem de dinheiro das lideranças de organizações criminosas que atuam na Bahia. A informação é da delegada Márcia Pereira, diretora do Departamento de Repressão e Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (Draco).

A operação vem sendo desenvolvida há mais de um ano e teve sua quarta fase executada hoje. Além das prisões, foram apreendidos documentos, aparelhos eletrônicos e drogas, parte essencial do próximo passo.

“Nós estamos levantando algumas situações que serão trabalhadas pela Inteligência, para fazermos uma nova fase, focada na descapitalização desses grupos. Agora, nós vamos em busca das apreensões. Temos veículos apreendidos, uma quantidade grande de celulares”, disse.

Segundo a delegada, não houve resistência no momento das prisões, mas um dos suspeitos tentou se desfazer do celular, jogando do apartamento. Entretanto, a polícia conseguiu recuperar.

As autoridades chegaram aos sete homens através de um trabalho de localização e interceptação desenvolvido ao longo dos últimos meses. Através das identificações dos suspeitos, a Polícia Civil tem o objetivo de trocar informações com outros departamentos para descobrir também os homicídios dos quais eles participaram.

A fase mais recente da operação foi deflagrada estrategicamente próximo ao período de festas juninas. “A gente sabe do envolvimento deles com ordens relacionadas a homicídios, então [a operação] é para manter a tranquilidade na região de Camaçari, Simões Filho e Salvador”, afirmou Márcia Pereira.

Polícia Civil durante apreensão
Polícia Civil durante apreensão Crédito: Ascom PC

edição da coluna (IN)Segurança publicada no dia 10 de julho do último ano explicou que os “tribunais do crime” foram criados para definir um sistema de julgamento e punição aplicados a quem prejudique os negócios da facção ou descumpra as regras disciplinares dentro da comunidade controlada. Quem originou o sistema foi a facção PCC, e hoje os “julgamentos” se disseminaram por todo o país.

“A gente sabe que existe uma situação de guerra aqui em Salvador, em que aqueles que são identificados e considerados pessoas que teriam traído as facções são submetidos ao tribunal. Isso acaba resultando em execução e torturas”, falou.

As cidades onde os criminosos presos atuam estão entre as cinco mais violentas do país, conforme o Atlas da Violência 2024, divulgado na terça-feira (18). A pesquisa é produzida pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), e tem como base os dados registrados em 2022. 

As duas cidades da RMS ocupam o terceiro e o quarto lugar da lista. Simões Filho tem 114.559 pessoas, de acordo com informações de 2022 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Lá, a taxa de homicídios estimados foi de 81,2 a cada cem mil habitantes em 2022. Camaçari, com 300.372 habitantes, teve 76,6 homicídios estimados a cada cem mil habitantes naquele ano.