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Maysa Polcri
Publicado em 2 de dezembro de 2025 às 18:39
O empresário preso nesta terça-feira (2) por suspeita de liderar um grupo que sonegou mais de R$ 14 milhões em impostos foi identificado como Alex Alves Lima, de 46 anos. Ele é dono do 1991 Clube de Tiro e se identifica como instrutor de tiro nas redes sociais. Alex foi preso na cidade de Feira de Santana (BA), durante a operação Fogo Cruzado. >
De acordo com as investigações, o grupo deixava de recolher Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) declarado aos cofres públicos e usava manobras para sonegar o tributo, como sucessão empresarial fraudulenta e utilização de 'laranjas'. A reportagem não conseguiu contatar a defesa do suspeito.
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A operação cumpriu mandados de busca e apreensão nas cidades de Salvador, Feira de Santana, Irecê, Jussara e Coração de Maria. Foram apreendidos nove armas de fogo, centenas de munições de diversos calibres, uma granada, celulares, documentos, dispositivos eletrônicos e aproximadamente R$ 40 mil em cédulas. O material será analisado pelo Departamento de Polícia Técnica. >
Empresário Alex Alves Lima foi alvo de operação por suspeita de sonegar impostos
Nas redes sociais, a empresa de Alex Alves Lima se define como o "Maior centro de treinamento da América Latina". O reconhecimento veio em 2022, através de uma premiação criada por um site local. Em seu perfil online, o empresário publica conteúdos relacionados às armas e à culinária, com postagens ensinando receitas gastronômicas. >
Em 17 de agosto de 2022, dia do aniversário do empresário, Alex Alves recebeu o Título de Cidadão Feirense. O projeto foi proposto pelo então vereador Josse Paulo Pereira Barbosa, conhecido como Paulão do Caldeirão, e aprovado pela Câmara Municipal. O vereador autor do projeto foi preso em outubro deste ano após se envolver no acidente que provocou a morte de um jovem e deixou outra pessoa ferida, em Feira de Santana. >
O advogado que representa o empresário Alex Alves, Hércules Oliveira, disse à TV Subaé, afiliada da TV Bahia na cidade, que vai se aprofundar sobre as investigações após a prisão do cliente. >
"Apreenderam documentos, alguns elementos que nós tivemos acesso, mas nada que venha a tirar do ponto específico sobre aquilo que é o comércio que ele faz, que é o comércio de venda de armas, munições e de fardamentos, algo que é público e notório. Então, o que foi aprendido é relativo a essas questões. Sobre a imputação principal, nós vamos nos aprofundar mais no tema", disse, segundo divulgado pelo g1. >
Segundo o Ministério Público e a Polícia Civil da Bahia, as investigações identificaram a criação de empresas vinculadas entre si, mediante 'laranjas', com a intenção de esconder seu real proprietário e adiar o devido pagamento de ICMS, o que é considerado fraude. >
A Força-Tarefa ainda investiga a associação criminosa e estruturação de um esquema de lavagem de dinheiro da atividade ilícita através do comércio de joias.>
A operação desta terça-feira (2) contou com a participação de sete promotores de Justiça, 14 delegados de Polícia, 56 policiais, seis servidores do Fisco Estadual, oito servidores do MPBA, e sete policiais da Companhia Independente de Polícia Fazendária (Cipfaz).
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