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Tudo sobre a cerimônia de enterro do líder espírita Divaldo Franco

Fundador da Mansão do Caminho foi enterrado nesta quinta-feira (15)

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 15 de maio de 2025 às 14:50

Enterro de Divaldo Franco
Enterro de Divaldo Franco Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Depois de um desencarne tranquilo e um velório que durou 11 horas, o líder espírita Divaldo Franco recebeu homenagens durante a cerimônia de enterro nesta quinta-feira (15), no cemitério Bosque da Paz, em Salvador. Sem rituais específicos, seguindo a doutrina do espiritismo, o momento foi marcado por silêncio, canções e lágrimas discretas. A estimativa é de que pelo menos 500 pessoas, entre funcionários da Mansão do Caminho, instituição social que fundou, admiradores e personalidades públicas marcaram presença na cerimônia.

Para os espíritas, a morte é um processo de separação entre o espírito e o corpo físico. Consideram como transformação, não um ponto final. É por isso, aliás, que não enxergam enterros como despedidas. "Não é um momento de tristeza. A gente sabe que o legado que ele deixou é um legado que é para perpetuar a lei. Isso aqui é só uma vírgula, não é um ponto final. É uma pessoa que vai para outra dimensão para ter uma regeneração”, disse Robert Amorim, funcionário da Mansão do Caminho desde 2021.

Divaldo morreu em Salvador, na noite de terça-feira (13), aos 98 anos. Ele enfrentava desde 2023 vários problemas de saúde, incluindo um diagnóstico de câncer de bexiga, em novembro do ano passado. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, segundo a assessoria da Mansão do Caminho. Ele foi velado na quarta-feira (14).

Antes de morrer, Divaldo pediu que seu corpo fosse enterrado sem velório, nem cortejo de carro aberto. Mas, por conta da sua popularidade, pessoas próximas o convenceram a permitir que uma cerimônia fosse realizada. No entanto, ele pediu que o caixão ficasse fechado durante a celebração de sua partida. Isso ocorreu no velório e momentos antes do sepultamento.

No Bosque da Paz, o caixão ficou reservado na capela principal. Cerca de 80 pessoas ficaram sentadas, apreciando o momento em silêncio. O presidente da Federação Espírita Brasileira (FEB), Jorge Godinho, fez uma declaração antes do corpo ser enterrado. A imprensa não teve acesso à sala.

O caixão saiu da capela pontualmente, às 10h, com o coro de ‘Paz pela Paz’, canção lançada em 2000 pelo cantor pernambucano Nando Cordel. Carlinhos Brown, único artista presente na cerimônia, foi responsável por pronunciar algumas palavras antes do sepultamento. “Pai, o senhor é um anjo que veio nos confortar. Um dia te encontrarei para te abraçar mais do que te abracei. Muito obrigada por ser pai de nações”, disse Brown.

Em seguida, o radialista e ex-secretário de Relações Institucionais de Feira de Santana, Nivaldo Vieira, fez um discurso. “Saudoso professor Divaldo Franco, nascido em minha amada Feira. Nascido em Feira, mas um para líder mundial. Nós costumamos falar que somos da Bahia, ele falava que era de Feira de Santana da Bahia. Que possamos dar continuidade à paz tão dita pelo professor. Viva ao professor Divaldo Franco”, pediu.

Os únicos políticos que estiveram na cerimônia foram o prefeito e a vice-prefeita de Salvador, Bruno Reis e Ana Paula Matos. "Em nome da cidade, estamos aqui hoje para nos despedir. Divaldo Franco, sem sombra de dúvidas, um dos maiores líderes espíritas do Brasil, um homem que durante os seus 98 anos de vida, deixa um legado de inspiração, de fé e de relevantes serviços prestados a nossa cidade, pelo magnífico trabalho social que realizava, por inspirar milhares e milhares de pessoas em nossa cidade, com referência para todos nós. Sem sombra de dúvidas, um exemplo a ser seguido por todos", disse o prefeito.

Após o enterro, o presidente da FEB falou sobre o legado deixado por Divaldo Franco. “O legado de Divaldo são obras. Um homem que foi embaixador da paz, que levou na sua fala e cantou, de forma poética, a imortalidade, como ninguém fez neste século. Um homem que, através da psicografia, nos deixa mais de 200 obras, mas, sobretudo, um exemplo de vida”, afirmou.

Divaldo era responsável por um Centro Espírita e pela Mansão do Caminho, no bairro de Pau da Lima, em Salvador. O espaço tem mais de 80 mil metros quadrados, uma área, portanto, equivalente a mais de dez campos de futebol. Hoje, existem ali mais de 50 edificações, onde funcionam creches, escolas, cursos técnicos e de informática, panificadora, centro médico. O trabalho social feito pelo centro ajudou a mudar muitas vidas.

Robert Amorim foi um dos beneficiados. Chegou à instituição durante a pandemia da Covid-19, sem emprego. Hoje, ele é funcionário de Recursos Humanos no espaço. “De lá para cá, a minha vida começou a mudar. Comecei a conhecer a doutrina espírita, que eu não conhecia, e os ensinamentos do tio Divaldo. A gente vem aprendendo cada vez mais a fazer só o bem”, contou.

Antes das 11h, o corpo de Divaldo já havia sido sepultado. A cerimônia foi encerrada com muitas palmas, choro e a canção ‘Como é grande o meu amor por você’, hino de Roberto Carlos.