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Brasil chama tarifas dos EUA de coerção na OMC e recebe apoio de mais de 40 países

Delegação americana defendeu a política tarifária de Donald Trump

  • Foto do(a) author(a) Carol Neves
  • Carol Neves

Publicado em 23 de julho de 2025 às 13:57

Lula e Donald Trump
Lula e Donald Trump Crédito: Reprodução

O Brasil se posicionou de forma contundente nesta quarta-feira (23) na Organização Mundial do Comércio (OMC), ao criticar o uso de tarifas como forma de pressão política e econômica, sem mencionar diretamente os Estados Unidos ou o ex-presidente Donald Trump. A fala do representante brasileiro recebeu apoio de outros 40 países, incluindo membros do Brics, União Europeia e Canadá.

O tema foi colocado em debate por sugestão do Brasil e o pronunciamento foi feito pelo secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty, embaixador Philip Fox-Drummond Gough. Segundo ele, utilizar tarifas como instrumento de barganha geopolítica representa um caminho perigoso. “Jogos de poder são um atalho perigoso para a instabilidade e a guerra”, alertou.

Gough também chamou a atenção para os impactos econômicos dessas práticas. “Tarifas arbitrárias, anunciadas e implementadas de forma caótica, estão desestruturando as cadeias globais de valor e correm o risco de lançar a economia mundial em uma espiral de preços altos e estagnação”, afirmou. Para o Brasil, tais medidas representam uma violação clara das normas básicas da OMC.

Outro ponto destacado pelo diplomata brasileiro foi a preocupação com o uso de tarifas como forma de interferência em assuntos internos de outros países. “Como uma democracia estável, o Brasil tem firmemente enraizados em nossa sociedade princípios como o Estado de Direito, a separação de poderes, o respeito às normas internacionais e a crença na solução pacífica de controvérsias”, completou.

Donald Trump assinou ordem sobre tarifas recíprocas, em fevereiro por Divulgação Fotos Públicas

Em resposta, embora também sem citar explicitamente o Brasil, a delegação dos Estados Unidos defendeu a política tarifária, afirmando que busca proteger trabalhadores e empresas americanas da competição com países que, segundo os EUA, não cumprem as regras comerciais acordadas na OMC. “Os Estados Unidos apreciam o engajamento ativo e construtivo dos membros que se dispuseram a trabalhar bilateralmente com os Estados Unidos para tomar medidas concretas”, declarou um representante do governo Trump.

Enquanto o Brasil espera uma definição sobre a tarifa de 50% que pode ser aplicada aos seus produtos a partir de 1º de agosto, outros países já conseguiram fechar acordos com os EUA para reduzir as taxas. O Japão, por exemplo, teve a tarifa ajustada para 15%, enquanto nas Filipinas o percentual ficou em 19%.

Além desses, outros países também firmaram acordos bilaterais com Washington:

Reino Unido: 10%, com reduções em produtos como aço e carne

Vietnã: 20%

Indonésia: 19%, com isenção de tarifas sobre bens dos EUA

China: 30%, em negociação preliminar, com possibilidade de ajustes

Japão: 15%

Filipinas: 19%

Dentre todos, apenas a China chegou a retaliar diretamente as medidas americanas. Em resposta, elevou suas próprias tarifas, mas após negociações, ambas as partes reduziram os tributos sem previsão de novos aumentos por ora.

Brasil, União Europeia e Canadá continuam monitorando a situação e já sinalizaram que podem adotar tarifas equivalentes caso as medidas entrem em vigor no próximo mês. O governo brasileiro admite, inclusive, aplicar uma tarifa de 50% em reação às sanções americanas.