Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Esther Morais
Publicado em 25 de junho de 2025 às 07:32
A operação para içar o corpo da brasileira Juliana Marins, de 26 anos, começou na manhã desta quarta-feira (25). A jovem morreu esperando resgate após cair em uma trilha de vulcão na Indonésia no último sábado (sexta no Brasil). A informação é da TV Globo. >
Segundo o governo local, um socorrista voluntário conseguiu chegar a uma profundidade de 600 metros, e a vítima foi encontrada sem sinal de vida. O comunicado oficial da morte foi divulgado na página que a família criou para informar sobre o resgate de Juliana. >
"A equipe de resgate conseguiu chegar até o local onde Juliana Marins estava. Com imensa tristeza, informamos que ela não resistiu. Seguimos muito gratos por todas as orações, mensagens de carinho e apoio que temos recebido", diz o texto. >
O pai da jovem embarcou na terça-feira (24) a caminho da Indonésia para acompanhar o caso. "Estamos embarcando agora para Bali, prestes a entrar no avião. São praticamente 10 horas de voo daqui até lá. Quero pedir que vocês sigam orando pelo resgate da Juliana, que ela esteja bem e possa voltar conosco para o Brasil. Sã e salva. Obrigada por tudo", disse mais cedo Manoel Marins Filho, que estava saindo de Lisboa, em Portugal.>
Juliana Marins
A publicitária Juliana Marins, de 26 anos, fazia uma trilha no vulcão Rinjani quando tropeçou e deslizou cerca de 300 metros pela encosta na noite de sexta-feira (20). Três horas após o acidente, um grupo de turistas espanhóis a encontrou e se manteve em contato com a família através de fotos e vídeos feitos por drone. Juliana usava calca, blusa, bota e luvas e era vista movimentando as mãos. >
De acordo com Mariana, irmã de Juliana, o clima adverso e a névoa intensa agravaram a situação dela, fazendo com que “escorregasse ainda mais da pedra” - ela foi deslizando ao longo dos dias e ontem estava a 650 metros da trilha. Mariana definiu como “absurdo” a possibilidade de Juliana perder a vida por falta de socorro, reclamando da lentidão com que as buscas foram feitas. >
A família diz que Juliana foi "abandonada" na trilha pelo guia, ao sentir cansaço no segundo dia de caminhada. A jovem ficou sozinha enquanto descansava e estava só quando caiu. Em entrevista a O Globo, o guia Ali Musthofa negou ter abandonado Juliana, disse que estava somente 3 minutos à frente dela e que quando a jovem não o alcançou voltou para procurá-la, momento em que percebeu o acidente. >
“Eu não a deixei, mas esperei três minutos na frente dela. Depois de uns 15 ou 30 minutos, a Juliana não apareceu. Procurei por ela no último local de descanso, mas não a encontrei... percebi (que ela havia caído) quando vi a luz de uma lanterna em um barranco”, disse o guia, acrescentando que acionou imediatamente a equipe da agência de turismo para que o resgate fosse enviado, pois a localização em que Juliana caiu exigia equipamento técnico para socorro. >
Já a Agência Nacional de Resgate da Indonésia (Barsanas) informou que o alerta sobre o acidente só chegou às equipes cerca de oito horas depois da queda, o que atrasou o início das ações. Tentativas com cordas e macas foram feitas nos dias anteriores, sem sucesso.>
No sábado, a Embaixada brasileira em Jacarta chegou a informar que uma operação de resgate de 16 horas havia sido bem-sucedida e que Juliana havia recebido suprimentos básicos, com comida e agasalho. Essa versão, no entanto, foi desmentida pelos parentes da jovem, que disseram inclusive que um vídeo divulgado pelas autoridades do país era forjado para fingir que ação havia sido tomada. Posteriormente, o embaixador brasileiro ligou para a família para pedir desculpas e confirmou que a informação não era verdadeira.>
Juliana era natural de Niterói, no Rio de Janeiro, formada em Publicidade pela UFRJ e também atuava como dançarina de pole dance. Desde fevereiro, ela fazia um mochilão pela Ásia, tendo passado por Filipinas, Vietnã e Tailândia antes de chegar à Indonésia.>
Juliana Marins caiu de trilha na Indonésia