Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Wendel de Novais
Publicado em 26 de maio de 2025 às 14:16
As mortes de Rafael de Souza Silva, 30 anos, e Deivide dos Santos Barrozo, 19, que foram registradas, respectivamente, em ataques do Bonde do Maluco (BDM) e do Comando Vermelho (CV), no último sábado (24), não foram as únicas ações de criminosas registradas no Rio Sena. Já na madrugada do domingo (25), as facções seguiram com tentativas de invasões de territórios rivais que foi impedida pela polícia. >
Os ataques são parte de uma disputa entre os grupos criminosos que gira em torno de de dois pontos, como conta fonte policial com atuação na área. “O Rio Sena vive uma disputa, que só não virou guerra por conta do policiamento, porque é um bairro que dá vasão a área de mata que é usada para evacuação de bandidos, drogas e armas. Uma área que tem a Reserva do Cobre, onde fica a barragem, e que dá acesso a Estrada do Derba [BA-528], que são lugares estratégicos”, conta a fonte, sem se identificar. >
Entenda guerra entre CV e BDM no Rio Sena
A facção que tem atuação na área do bairro às margens da mata é o CV. Foi lá, inclusive, que uma ação policial acabou na morte de cinco traficantes do grupo, sendo um deles Adailson França Barros, o Sonic, que era gerente do tráfico no local. Mesmo com as tentativas do BDM, o grupo consegue se manter no perímetro de acesso a área de mata que faz parte do Parque São Bartolomeu. O CV no bairro, de acordo com fontes policiais, tem a liderança de um traficante conhecido como Thuck. >
No entanto, ainda não indícios de que as mortes registradas nas disputas sejam de integrantes do grupo. Rafael, por exemplo, foi baleado por estar na rua. “Ele estava boiando na rua”, conta a fonte policial, ao detalhar o ataque do BDM, que aconteceu na Rua Diógenes Ribas. >
Sobre a morte de Deivid, não há maiores detalhes além do fato dela teria acontecido na Avenida Norma, área de atuação do BDM. A polícia, no entanto, teve acesso a uma imagem postada pelo jovem nas redes sociais que fazia referência à facção do local onde foi morto. "Nativo malucou tudo de novo", escreveu ele, usando um sinal de 3 em referência ao grupo criminoso. >
As duas ruas são separadas por 750 metros, mas fazem parte do mesmo bairro e têm acesso fácil pelos traficantes que circulam com a intenção de invadir o território rival. Apesar disso, o bairro é alvo de diversas ações policiais preventivas para evitar que os grupos entrem em rota de colisão e causem maiores problemas no bairro. >