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Millena Marques
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 10:32
Estudantes de Direito da Universidade Federal da Bahia (Ufba) estão insatisfeitos com as mudanças no sistema acadêmico da instituição. Segundo os alunos, a migração do Sistema de Informações Acadêmicas (Siac) para o Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA) promoveu modificações na estrutura curricular que colocam em risco a conclusão regular do curso no segundo semestre de 2025. Por outro lado, a Ufba afirma que os prováveis concluintes no semestre 2025.2 terão os direitos assegurados. >
Em ofício enviado à Superintendência de Administração Acadêmica (Supac) pelo Centro Acadêmico Ruy Barbosa (Carb) e o Diretório Central do Estudantes da Ufba, os alunos alegam que a universidade desrespeitou a Resolução nº 01/2025, que assegura que estudantes ingressos até 2022.2 seguiriam o currículo antigo. >
A mudança administrativa, segundo os estudantes, incluiu os concluintes em uma nova grade curricular, impondo: disciplinas que não existiam na matriz original na grade de 2025.2; aumento da carga horária de atividades complementares; e restrições para quebra de pré-requisitos e aproveitamento de disciplinas. >
O primeiro problema, de acordo com o ofício, foi a alteração do modo de declaração de formandos, que antes levava em consideração a pendência de no máximo 9 disciplinas, já incluindo TCC e 5 optativas. “Ou seja, o estudante do diurno deveria ter aprovação em um mínimo de 49 disciplinas faltantes e o do noturno 50 disciplinas. Agora, para além de considerar as disciplinas faltantes, o sistema ainda exige que os alunos estejam com suas horas complementares integralizadas”, diz trecho do documento, encaminhado no último dia 5. >
No curso de Direito da Ufba, o cômputo das horas complementares é feito apenas quando o aluno atinge todas as horas que precisava – 360 horas para o diurno e 100 para o noturno. “A maioria dos alunos que pretendem se formar em 2025.2 ainda não tem as suas horas integralizadas, de modo que existe o risco de esses discentes sequer serem considerados como formandos no período de matrícula, ocasionando, dentre outras coisas, a perda de prioridade de prioridade ao escalonamento”, pontua. >
O segundo ponto é a alteração da carga horária das horas complementares. Os alunos afirmam que a mudança de 360 horas mínimas para 435 horas foi implementada ao sistema de todos os alunos, independente do ano de ingresso. Além disso, o sistema teria alterado o procedimento de quebra de pré-requisito, que antes apenas levava em consideração que o aluno fosse cursar, ao mesmo tempo, o pré-requisito e a matéria a ser flexibilizada. “Agora, é necessário também que o aluno, na matéria a ser flexibilizada, tenha reprovado com a nota diferente de zero (com alegada exceção para os formandos) e apenas é possível realizar uma quebra de pré-requisito por semestre.” >
Entre os pedidos feitos pelos estudantes no ofício, estão: reconhecimento de aplicação da Resolução nº01/2025/2013; exclusão das novas disciplinas obrigatórias para concluintes 2025.2; manutenção da carga horária original de atividades complementares; regularização do cômputo das horas complementares; correção dos critérios para declaração de prováveis concluintes; restabelecimento das regras anteriores para quebra de pré-requisito, entres outros. >
Ofício Circular enviado pelo Carb e DCE
Em ofício publicado pela Supac no último dia 6, a instituição afirma que “todos os prováveis concluintes 2025.2 terão seus direitos assegurados, o que inclui prioridade no atendimento das suas demandas, integralização curricular em conformidade com a sua matriz de ingresso e atendimento às solicitações de aproveitamento de estudos realizados.” >
Ofício da Supac/Ufba