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Entenda por que o ovo ficou barato e a carne cara em Salvador

Baixa no preço do ovo acompanha um aumento no preço da carne na capital baiana

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Yan Inácio

Publicado em 11 de setembro de 2025 às 06:30

Baixa no preço do ovo acompanha um aumento no preço da carne na capital baiana
Produtos são essenciais na mesa do povo baiano Crédito: Shuttershock/Arisson Marinho/CORREIO

Quem foi ao mercado recentemente notou que o preço da cartela de ovos baixou em Salvador nas últimas semanas. A placa com 30 ovos, que chegou a custar R$ 35 no início do ano, está sendo vendida por até R$ 13 em mercados da capital baiana, de acordo com o aplicativo Preço da Hora, ferramenta do governo que compara valores de produtos em tempo real.

A tendência de baixa no valor do produto está ligada com o cenário de alta na produção. De acordo com Mariza Muniz, proprietária da Granja Ninho de Ouro, em Conceição de Feira, diversos produtores relataram ter elevado a produção depois do aumento dos preços no ano passado.

“Com muita gente produzindo, a produção fica maior, muitos ovos chegam ao mercado e aí é lei da oferta e demanda, quantos mais produtos no mercado, menor o preço”, explicou. Na própria granja dela, a caixa com 360 ovos extras está sendo vendida cerca de 10% mais barato no atacado. Já no varejo, a cartela de 30 ovos têm sido vendida, em média, por R$ 15.

De fato, a produção baiana de ovos não só aumentou nos últimos meses, como bateu recorde, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). No segundo trimestre de 2025, quase 24 milhões de dúzias foram produzidas no estado. O número é o maior para a Bahia na série histórica iniciada pelo IBGE há 24 anos e representa um aumento de 5,4% frente ao do 2º trimestre do ano passado.

Produtora de ovos caipiras, Edna Santos não notou a baixa nos preços vista por Mariza Muniz. A granja dela, em Serrinha, onde há criação de ovos do tipo caipira em processo manual, não foi impactada pela queda nos valores de mercado. Mas, de acordo com ela, a diminuição nos preços dos ovos convencionais está ligada à baixa nas exportações, à maior produção no mercado interno e uma queda nas vendas e preços ligada ao início do segundo semestre.

Apesar da melhora no preço final para o consumidor, a projeção é de que o preço do ovo volte a subir nos próximos meses, segundo Mariza Muniz. “Nessa semana, já estamos notando uma tendência de aumento. Alguns produtores disseram que no fim do mês para frente já começa a crescer o preço”, disse a produtora. Segundo ela, no último trimestre do ano, o consumo de ovos aumenta por conta das datas comemorativas.

A reportagem procurou a Associação Baiana de Avicultura (ABA) e a Associação Bahiana de Supermercados (ABASE) mas não houve resposta.

Ovo barato, carne cara

Por outro lado, os efeitos do “tarifaço” do presidente dos Estados Unidos Donald Trump, que entrou em vigor no dia 7 de agosto e em tese poderia baratear a carne devido à redução das exportações para os EUA e a consequente maior oferta interna, ainda não podem ser apontados por completo no mercado local. O produto acumulou alta de 23,33% no preço em açougues de Salvador nos últimos doze meses, de acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

O CORREIO consultou um frigorífico no bairro da Barra que registrou uma oscilação no preço de alguns cortes desde setembro de 2024. O quilo da alcatra com maminha, por exemplo, subiu de R$ 35,99 em setembro do ano passado, para R$ 44,99 no mesmo mês deste ano, um aumento de 25%.

Ao comparar o preço do quilo de cupim bovino de julho com o de agosto deste ano, que subiu de R$ 32,99 para R$ 35,99, percebe-se um crescimento de quase 10%. O mesmo também ocorreu com o mocotó, que foi de R$ 9,99 para R$ 11,99 e cresceu 30% nesse período.

Carne bovina sobe de preço nos açougues de Salvador por Arisson Marinho/CORREIO

“Tem uma questão que nos meses entre maio e agosto geralmente a gente tem uma produção tanto de carne quanto de leite menor por conta, normalmente, da entressafra. Porque é o período em que as pastagens são piores. [Também] pode ter sido uma exportação mais diversificada em termos de destinos. A gente pode ter exportado uma quantidade maior para outros países”, projeta

Os dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) mostram que as exportações brasileiras de carne bovina cresceram em agosto, tanto em volume quanto em receita. A China continua sendo o país líder de importações do produto, com a compra de 161.010 toneladas, equivalentes a R$ 4,8 bilhões. Na sequência países como o México, Chile e Filipinas foram os que mais importaram o produto brasileiro.

O destaque negativo ficou com os Estados Unidos, que caíram da segunda posição para a oitava, com 9.382 toneladas embarcadas, redução de 51,1% em comparação com agosto de 2024.