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Estacionamento onde 100 mil pessoas foram enterradas é interditado em Salvador

Ação atende a um pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan)

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 29 de outubro de 2025 às 16:03

Escavação é fruto de pesquisa da Ufba
Escavação é fruto de pesquisa da Ufba Crédito: Divulgação/ Arqueólogos Consultoria e Pesquisa Arqueológica

O termo de interdição do estacionamento do Complexo da Pupileira, em Salvador, foi interditado oficialmente nesta quarta-feira (29). A medida atende a um pedido do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), após uma pesquisa revelar que a área funcionou como cemitério de até 100 mil pessoas escravizadas. 

Com esta medida, a área deverá ser desocupada para uma possível continuidade das pesquisas e posterior deliberação sobre a criação de um centro de memória sobre o tema no local. Pesquisadores evidenciaram um dos maiores cemitérios de pessoas escravizadas na América Latina. 

Espaço onde funcionou o cemitério é localizado no Complexo da Santa Casa por Divulgação/ Arqueólogos Consultoria e Pesquisa Arqueológica

O documento de interdição destaca a necessidade de preservação do sítio arqueológico, que é composto, primordialmente, por vestígios  ósseos de pessoas escravizadas. Segundo a pesquisa, o local funcionou como cemitério durante mais de 150 anos. Entre as pessoas que teriam sido enterradas no local estão líderes da Conjuração Baiana (1798) e da Revolta dos Malês (1835). 

Para assinatura do termo de interdição, o Iphan levou em consideração o relatório final do levantamento arqueológico realizado pela empresa Arqueólogos na área do antigo cemitério. O reconhecimento como sítio arqueológico significa, na prática, que o espaço não pode ser utilizado para aproveitamento econômico, nem ser destruído ou mutilado, sem autorização do Iphan.

Jeanne Almeida, arqueóloga que liderou as pesquisas em campo, celebrou o reconhecimento do local como sítio arqueológico. “A partir do momento que comprovamos materialmente a presença desse cemitério, trazemos a possibilidade de a sociedade falar sobre o tema, criamos uma área que serve para ressaltar a memória social e coletiva desses grupos”, disse ao CORREIO. 

Apesar de a estimativa apontar a possibilidade de existir 100 mil corpos enterrados no cemitério onde atualmente funciona o estacionamento da Pupileira, esse número ainda é impreciso. De acordo com Jeanne, cálculos feitos durante a pesquisa sustentam a possível alocação de 80 mil a 100 mil corpos na área de aproximadamente dois mil metros quadrados, mas ainda é preciso mais investigações para uma maior precisão.

Tags:

Salvador