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Maysa Polcri
Publicado em 20 de outubro de 2025 às 13:47
O trabalhador que morreu no canteiro de obras de um prédio de luxo no Horto Florestal, em Salvador, foi atingido por uma barra de ferro que caiu do 13º andar do edifício. A causa da morte foi consta no documento de Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT), assinado por um médico, o qual o CORREIO teve acesso. Willian Santos de Oliveira, de 30 anos, passou por duas cirurgias, mas não resistiu. >
A queda do objeto que matou o trabalhador aconteceu por volta das 14 horas, seis horas após Wilian Santos chegar no local de trabalho. O documento aponta que ele estava no pavimento do playground quando foi atingido na cabeça por uma peça metálica, que caiu do 13º pavimento da torre. O caso é investigado pela 6ª Delegacia de Polícia (DT/Brotas). >
Projeto do edifício Poème Horto
A Comunicação de Acidente de Trabalho, assinada pelo médico Wellinson Ribeiro da Silva, indica que o trabalhador sofreu traumatismo intracraniano. Willian Santos foi levado por colegas de trabalho ao Hospital Geral do Estado (HGE), onde passou por duas cirurgias. A família denuncia que a empresa não forneceu o resgate adequado, através do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). >
Inicialmente, testemunhas disseram à polícia que o trabalhador havia caído de uma altura de 30 metros - assim foi registrado o boletim de ocorrência. Familiares contestaram a versão desde o início, como mostrou reportagem do CORREIO. O acidente de trabalho aconteceu na construção do edifício de alto padrão Poème Horto, torre de de 36 andares, da construtora Moura Dubeux. O caso é alvo de investigação do Ministério Público do Trabalho (MPT). >
"Willian foi tirado do local sem a presença do Samu. Soubemos que o técnico de segurança da obra sequer apareceu, e que ele foi socorrido pelos próprios colegas. A empresa não entrou em contato após o funeral e não deu assistência depois do sepultamento", diz o tio da vítima, Jadson Oliveira. A família pretende ingressar com uma ação judicial contra a construtora. >
Em nota enviada à imprensa, a Moura Dubeux lamentou a morte do trabalhador e disse que presta assistência aos familiares da vítima. "Logo após o acidente, o colaborador foi levado imediatamente ao Hospital Geral do Estado, onde infelizmente veio a óbito. A empresa, junto ao condomínio, vem prestando toda a assistência necessária à família, incluindo auxílio velório, seguro de vida e transporte para amigos e familiares participarem da despedida", diz.
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A empresa afirma ainda que está à disposição para prestar esclarecimentos às autoridades. "A obra encontra-se paralisada. A Moura Dubeux permanece à disposição das autoridades para esclarecer qualquer informação e reafirma seu compromisso com a segurança, a transparência e o respeito à vida, seguindo rigorosamente todas as normas legais e medidas de proteção coletiva e individual em seus projetos", completa.
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