Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Motorista processa BYD após carro zero apresentar defeito em 4 dias

Veículo elétrico foi comprado em concessionária de Salvador

  • Foto do(a) author(a) Maysa Polcri
  • Maysa Polcri

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 07:15

BYD Retiro foi inaugurada nesta segunda (18)
Loja da BYD em Salvador Crédito: Raquel Brito/Arquivo CORREIO

Os sonhos do motorista por aplicativo Ernesto Galvão, de 40 anos, pareciam estar sendo realizados em julho deste ano. Depois de conseguir aprovação de financiamento no banco e investir cerca de R$ 25 mil na instalação de painéis solares em casa, comprou o sonhado carro elétrico. O veículo escolhido foi o BYD Dolphin Mini, no valor de R$ 120 mil. Mas bastaram quatro dias para que os planos viessem por água abaixo e um processo judicial fosse iniciado. 

Tão logo começou a trafegar pelas ruas de Salvador com o carro novo, Ernesto suspeitou que algo estivesse errado. "Eu fiz a primeira recarga quatro dias após comprar o carro e percebi um barulho estranho vindo do motor. Entrei em contato com o vendedor, que confirmou que tinha algo de errado", conta. Ele levou o veículo para ser avaliado na concessionária Parvi, na avenida Paralela, onde fez a compra. Foram quatro dias de avaliação, sem que o defeito não fosse completamente desvendado. 

"Até hoje, dois meses depois, eles não sabem exatamente qual é o problema do carro. Sabem apenas que é um defeito na transmissão, que é acoplada ao motor. Por isso, a BYD decidiu que a transmissão e o motor devem ser trocados", explica o motorista. A alteração do motor de um carro deve ser comunicada ao departamento de trânsito. "Não quero que essa mudança seja colocada no documento do carro e que isso desvalorize o veículo", justifica Ernesto Galvão, sobre a decisão de processar a empresa. 

Motor do carro precisa ser trocado
Motor do carro precisa ser trocado Crédito: Acervo pessoal

A quebra de expectativas em relação ao carro e ao serviço prestado pela concessionária fizeram com que o motorista por aplicativo decidisse processar a BYD e a concessionária Parvi. A ação foi protocolada no início deste mês na 9ª Vara de Relações de Consumo da Comarca de Salvador. Além dos problemas na transmissão que impedem o funcionamento correto do motor, o motorista relata que o veículo possui defeitos nas travas das portas e no capô. 

"O serviço que eles prestaram foi muito ruim desde o início. Muito desrespeitoso. Tanto a concessionária quanto a BYD não se mobilizaram para resolver o problema", lamenta Ernesto Galvão. A reportagem entrou em contato com a Parvi, através do gerente de pós-venda da concessionária. Ele disse, em nota, que não comenta decisões em andamento na Justiça e situações específicas que envolvam clientes, por questões legais e de privacidade. 

"O que podemos reforçar é que o Grupo Parvi atua em conformidade com todos os protocolos técnicos e de atendimento da BYD, sempre priorizando a transparência, a segurança e a satisfação de nossos clientes. Em eventuais ocorrências, nossos clientes contam com total suporte das concessionárias e dos canais oficiais de atendimento", afirma. 

A BYD também foi questionada sobre a ação judicial. A assessoria da empresa pediu um dia para avaliar o caso, prazo que foi concedido pelo CORREIO. Mesmo assim, não houve posicionamento. O espaço segue aberto.

No mesmo dia em que relatou a situação à reportagem, o motorista de aplicativo Ernesto Galvão foi procurado pela BYD, que disse ainda não ter previsão para a chegada da troca da peça do veículo. "Mais uma vez colocaram a culpa na concessionária. Disseram que eles ainda não realizaram o pedido. Ficam nesse jogo de empurra e nunca dão solução", reclama o cliente. 

Quando a empresa é obrigada a trocar o carro? 

O advogado Pedro Falcão, especialista em Direito do Consumidor, explica que os defeitos de fabricação não exigem necessariamente a substituição imediata do produto comprado. Neste caso, do carro elétrico. "Cabe às empresas a reparação do defeito em questão. Se não for cumprido o reparo no prazo de 30 dias, cabe devolução do valor pago ou a troca por um produto equivalente", detalha o advogado. Passados dois meses da compra do carro, o defeito do motor não foi resolvido. 

Pedro Falcão afirma que em algumas decisões recentes de tribunais juízes têm determinado a troca dos produtos. "Em situações em que houve perda de confiança, ou fundado receio de novos defeitos, tem-se ocorrido alguns precedentes para troca de imediato, mas não é certeza", completa. É o que espera Ernesto Galvão que aguarda, agora na Justiça, a manifestação da empresa.