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Larissa Almeida
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 14:48
Fabrício Dalla Vecchia, de 44 anos, que foi morto a tiros após uma briga de trânsito na BR-324, era professor da Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB) e trombonista. Na noite da última terça-feira (26), por volta das 18h45, ele se desentendeu com outro motorista na entrada de Porto Seco Pirajá, em Salvador, e a briga terminou em tragédia. >
Natural de Curitiba (PR) e professor na UFRB desde 2015, Fabrício atuava no Centro de Cultura, Linguagens e Tecnologias Aplicadas (Cecult), em Santo Amaro, onde ministrava o curso de Música Popular Brasileira. Era trombonista e pesquisador, mas também engajado com a arte e a educação musical. >
Em 2012, recebeu o título de doutor em Educação Musical pela Universidade Federal da Bahia (Ufba). Ele já havia sido licenciado em Música pela Escola de Belas Artes do Paraná, em 2004. >
Além da dedicação profissional, era definido por colegas e alunos como um “ser humano cheio de paz e luz”. Em relato nas redes sociais, um professor de música da UFRB contou que foi ajudado por ele durante o início da formação, quando não tinha dinheiro para comprar um teclado e Fabrício lhe deu um de presente. >
Por meio de nota, a UFBR manifestou pesar pela morte de Fabrício e decretou três dias de luto. “Neste momento de dor, a UFRB se solidariza com familiares, amigos e colegas, desejando força e serenidade para enfrentar esta perda irreparável. Sua memória e legado permanecerão vivos na história da instituição e na vida de todos que com ele conviveram”, escreveu. >
A direção do Cecult declarou luto e anunciou a suspensão de todas as atividades acadêmicas no centro nesta quarta (27) e quinta-feira (28). “Ao registrarmos nossas condolências, manifestamos apoio e solidariedade aos amigos e familiares e a toda comunidade acadêmica”, disse. >
A Associação dos Professores Universitários do Recôncavo (Apur) também expressou pesar pela morte do professor. “Sua trajetória foi interrompida por um crime absurdo, mas o seu legado na construção da UFRB permanecerá vivo”, frisou. >
A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), por sua vez, destacou que Fabrício “coordenava projetos que integravam prática artística e formação acadêmica, proporcionando experiências transformadoras a estudantes e à comunidade”.>
A 3ª Delegacia de Homicídios (DH/BTS) investiga as circunstâncias da morte de Fabrício, vítima de disparos de arma de fogo. Guias de perícia e necropsia foram expedidas. "As oitivas de testemunhas e diligências investigativas são realizadas pela unidade policial especializada para esclarecer a autoria e a motivação do crime", informou a Polícia Civil, em nota. Inicialmente, havia a informação de que a vítima teria ameaçado o atirador com um facão, mas isso ainda não está confirmado. A arma branca foi localizada próximo ao corpo de Fabrício, na BR. Ele deixa uma filha e os pais.
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