Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Larissa Almeida
Publicado em 12 de setembro de 2025 às 18:01
Após a demolição que deixou um trabalhador ferido no Rio Vermelho, na manhã desta sexta-feira (12), pelo menos três imóveis foram evacuados sob risco potencial de desabamento. Além dos escombros do prédio demolido, que derrubou o muro de uma residência, uma retroescavadeira ficou pendurada na encosta em um ponto crítico do terreno, ameaçando as casas ao redor da área afetada. >
Morador do Vale das Pedrinhas há 30 anos, o aposentado Moisés Borges, 56, vive na casa que está mais ameaçada pelo maquinário. Ele contou o susto que vivenciou no momento do acidente. “Foi desesperador. Eu estava aqui com medo dessa demolição e, [na hora], tremia a casa toda. Eu liguei para a minha esposa e desci com medo. Quando voltei, em um espaço de 20 minutos, caiu tudo de vez. Foi terrível, porque eu não sabia nem onde tinha colocado a chave. [Passou na minha cabeça] que ia cair a casa toda", conta. >
Após o susto inicial, Moisés diz que recebeu assistência da construtora e da Defesa Civil de Salvador (Codesal). Nesta sexta, ele, a esposa e os demais moradores do prédio serão acomodados em um hotel. Posteriormente, a Codesal ficará responsável por uma acomodação até que a casa em que vivem fique fora de risco. >
Confira os estragos da demolição que atingiu casa no Rio Vermelho
Em entrevista ao CORREIO, o arquiteto plantonista da Codesal, Paulo Passos, disse que os imóveis na base da encosta que foi atingida estão sendo evacuados. "Na encosta, encontra-se um risco potencial de desabamento. Em vistoria cautelar, que é feito pela própria empresa, alguns imóveis já foram evacuados. Eu só vi um imóvel até então e não tenho horário para sair daqui, porque não sei quantos imóveis foram afetados", frisa. >
De acordo com um representante do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Construção e da Madeira no Estado da Bahia (Sintracom-BA), a demolição já estava prevista. No local, inclusive, um alvará de demolição da prefeitura expedido em 2023 – válido até o dia 20 de setembro deste ano – informa o procedimento. >
Além disso, uma moradora chegou a afirmar que a construtora Direcional, responsável pela obra, havia custeado a hospedagem dos moradores em uma pousada. A informação foi confirmada por outro morador, que preferiu não se identificar, mas assegurou que recebeu uma proposta, ainda na quinta-feira (11), para sair da própria casa. >
No local onde ocorreu a demolição está sendo construído o condomínio Viv Rio Vermelho em uma área de 6.382,50 m², na Rua Francisco Rosa. O empreendimento prevê a construção de duas torres que vão comportar 238 unidades residenciais e uma garagem com 240 vagas. >
A empresa Direcional foi procurada para se posicionar, mas não retornou até o momento de publicação desta matéria. >