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Monique Lobo
Publicado em 24 de julho de 2025 às 21:03
Um projeto pioneiro de coleta seletiva porta a porta será lançado em Salvador, nesta segunda-feira (28), às 9h, no Palacete Tira Chapéu, no Centro da cidade. Intitulado RODA - A reciclagem na sua porta, a inciativa que alia tecnologia, mobilidade limpa e responsabilidade socioambiental, utilizando agendamento online para a coleta seletiva que será feita com veículos elétricos, que zeram a emissão de carbono. >
Uma parceria entre a Prefeitura de Salvador, por meio da Secretaria de Sustentabilidade, Resiliência, Bem-Estar e Proteção Animal (SECIS), a startup de impacto socioambiental SOLOS e o programa internacional Urban Ocean, da Resilient Cities Network, o programa, que também conta com apoio da Limpurb, vai ser inaugurado com um projeto-piloto que terá duração de cinco meses. O objetivo é validar um modelo de coleta seletiva, onde o cidadão deverá fazer o agendamento das coletas por meio de um sistema digital, e, uma cooperativa, selecionada e contratada por meio de edital, realizará as retiradas com um veículo elétrico.>
Esta ação inicial vai permitir que uma série de indicadores sejam avaliados a partir da experiência prática, como por exemplo o número de cidadãos aderentes, volume de resíduos descartados, diminuição de emissão de CO2 e a jornada final dos resíduos coletados. >
“O Centro Histórico de Salvador foi escolhido por suas características estratégicas. A Prefeitura tem feito uma série de investimentos na requalificação, e o RODA vem como mais uma iniciativa para valorizar essa importante área da cidade. Essa região oferece um cenário ideal para o projeto-piloto, com sua complexidade socioeconômica, a diversidade de imóveis, residenciais e comerciais, e a forte atuação dos catadores autônomos, fatores que a tornam um verdadeiro laboratório de inovação para a gestão de resíduos”, pontua Ivan Euler, secretário de Sustentabilidade e Resiliência de Salvador.>
A fase de execução também contará com um canal de atendimento, via WhatsApp, projetado para otimizar a comunicação com os usuários. Nesse canal será possível esclarecer dúvidas, enviar sugestões e críticas, além de permitir a distribuição de conteúdos de educação ambiental. >
Reciclagem pode crescer>
A iniciativa de Salvador vai contribuir para a mudança de um cenário ruim no país. Em 2023, a taxa de reciclagem no Brasil foi inferior a 10%, como aponta o relatório de Panorama de Resíduos Sólidos no Brasil 2024, realizado pela Associação Brasileira de Resíduos e Meio Ambiente (Abremar). >
“A SOLOS sempre atua na valorização do trabalho do catador e por isso no RODA faremos a contratação de uma cooperativa para realizar as atividades de coleta e triagem, e daremos o suporte técnico e de gestão para manter padrões de saúde, segurança e aumentarmos o valor de venda dos produtos junto às indústrias recicladoras. Isso garante a geração de renda digna para essas famílias, afinal, sustentabilidade é para todos”, enfatiza Saville Alves, sócia e líder de negócios da SOLOS.>
Ao fortalecer o ecossistema da economia circular em Salvador, o projeto não apenas recicla materiais, mas também recicla oportunidades, promovendo a inclusão social, estimulando o desenvolvimento local.>
Para Daniel Padilla Ochoa, diretor da Ocean Conservancy, “o RODA fortalece o trabalho das cooperativas em Salvador, melhorando a coordenação com a cidade, ampliando a reciclagem no centro histórico e promovendo mais transparência no mercado de materiais recicláveis. Como parceiros globais do Urban Ocean, temos orgulho de apoiar essa iniciativa, ela é inclusiva, exemplar e com grande potencial de impacto”.>
Com este projeto-piloto, que terá início em julho, a expectativa é que os resultados positivos contribuam para o aperfeiçoamento e ampliação do modelo em outras regiões da cidade. “Salvador está mostrando como transformar ideias em ações concretas com a iniciativa RODA. A liderança da Prefeitura, de SOLOS e das cooperativas tem sido essencial. A cidade é referência em qualidade e compromisso em soluções para o Urban Ocean. Estamos muito orgulhosos do progresso da cidade em priorizar soluções e temos convicção que este projeto tem potencial para inspirar ações maiores ainda”, finaliza Malcolm Robinson Campbell, líder de programa na Resilient Cities Network.>