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Millena Marques
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 05:00
Embora seja raro, casos de influenza podem evoluir e apresentar complicações, causando até mesmo a morte. Os níveis de morbimortalidade são elevados especialmente em indivíduos com doença crônica, idosas e crianças com menos de cinco anos. Na Bahia, o número de mortes por gripe cresceu quatro vezes em apenas um ano. É o que aponta o Departamento de Informação e Informática do SUS (DataSUS), unidade integrante da Secretaria da Informação e Saúde Digital (SEIDIGI) do Ministério da Saúde. >
Entre janeiro e junho de 2024, foram registradas 20 mortes no estado, sendo 8 homens e 12 mulheres. Já nos primeiros seis meses deste ano, foram registradas 97 mortes, 49 homens e 48 mulheres. A cidade com mais mortes em 2025 foi a cidade de Guanambi, no centro sul da Bahia. O município registrou 19 óbitos, o que representa 19,6% do total. Mesmo sendo prevenível por vacinação, há um número elevado de casos de síndrome respiratória aguda grava que evoluem. Por isso, há uma preocupação quanto à cobertura vacinal no estado. >
Menos de 40% dos baianos se vacinaram contra a influenza neste ano. No total, 3,4 milhões de pessoas integram o grupo da população alvo, que é composta por gestantes, crianças e idosos. Deste número, 1,2 milhão tomaram dose única; 91 mil tomaram a primeira dose, enquanto apenas 54 mil retornaram para tomar a segunda. Ou seja, 60% das pessoas que tomaram a primeira dose do imunizante não complementaram o ciclo vacinal. >
“O que nos preocupa é exatamente que esses grupos são mais susceptíveis a terem casos mais graves da doença. Quando a gente vai fazer análise, por exemplo, dos casos de síndrome respiratória aguda grave, a gente observa ainda uma concentração maior, principalmente nos extremos de idade”, pontua Vânia Vanden Broucke, coordenadora do Programa Estadual de Imunizações da Secretaria do Estado de Saúde da Bahia (Divep/Sesab). Portanto, se há uma baixa cobertura vacinal, há um risco maior de casos de síndrome respiratória aguda grave. >
A Bahia recebeu pouco mais de cinco milhões de doses da vacina e todas já foram enviadas aos 417 municípios do estado, que ficam responsáveis pelas respectivas campanhas locais. No entanto, mesmo com a ampliação para todas as pessoas com mais de seis meses de idade, apenas 2,7 milhões de doses foram aplicadas. >
“Apesar de a gente estar com essa cobertura de 39,49% (40% aproximado), quando a gente analisa aí o grupo de gestantes, crianças e idosos, a Bahia é o sexto estado do Brasil que tem maior número de doses aplicadas”, pontua Vânia. Segundo a coordenado do Divep, o governo estadual tem promovido ações para ampliar a cobertura vacinal na Bahia. >
Em maio deste ano, o Ministério da Saúde abriu a vacinação para toda a população a partir de seis meses de idade. “Então, hoje, qualquer pessoa a partir de seis meses de idade, independente de estar ou não nos grupos prioritários inicialmente contemplados, qualquer pessoa pode fazer a dose de vacinação contra a influenza em quaisquer uma das nossas unidades de saúde”, pontua. >
Até esta segunda-feira (11), a capital baiana aplicou 514,71 mil doses de vacina da gripe para o público em geral desde o início da campanha, em março deste ano. Entre os grupos prioritários, foram protegidos 224,5 mil, o que corresponde a 40,5% do público estimado. Os dados são da Secretaria Municipal de Saúde de Salvador. >
“Neste ano, nós antecipamos o início da campanha de vacinação contra influenza, pensando nesta relevância, de evitar que as pessoas adoeçam. A gente vem desenvolvendo estratégias múltiplas, não só disponibilizando as vacinas em 100% das salas de vacinação, mas também realizamos ‘Dias D’ de vacinação”, ressalta a coordenadora de imunização de Salvador, Doiane Lemos. Além disso, a pasta faz parcerias com shoppings, onde o imunizante também é aplicado, e campanhas em hospitais, escolas, domicílios e instituições. >
Em Salvador, a vacina da gripe está disponível em todas as salas de vacinação. Basta buscar o posto mais próximo da sua residência. >