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Celebração de 51 anos do Ilê Aiyê e show de Rachel Reis são destaques no Afro Fashion Day; veja fotos

Atrações participaram do desfile da 11ª edição do evento, no último sábado (1º)

  • Foto do(a) author(a) Larissa Almeida
  • Larissa Almeida

Publicado em 3 de novembro de 2025 às 13:00

Ilê Aiyê e Rachel Reis Crédito: Arisson Marinho/CORREIO

Desde as imediações da Praça da Sé já era possível avistar, no último sábado (1º), uma movimentação intensa em direção ao Largo Terreiro de Jesus. Quem se deixou levar pela curiosidade encontrou no local uma megaestrutura montada para o Afro Fashion Day (AFD), além de uma programação diversificada, que incluiu, além do desfile, feira artesanal, performances de dança, além de nada mais, nada menos que apresentações musicais do Ilê Aiyê e da cantora Rachel Reis.

A presença do Ilê tornou a ocasião ainda mais especial porque, naquele sábado, o bloco afro da Liberdade estava completando 51 anos de história. Para celebrar a data, cinco deusas do ébano, incluindo a atual Lorena Bispo, se trajaram de vermelho, amarelo e preto para abrir o desfile.

Nos bastidores, a emoção era tanta que Edjane Nascimento, 41 anos, que foi eleita deusa do ébano em 2012, admitiu estar com frio na barriga. “Só subi na passarela para dançar, para desfilar é a primeira vez”, justificou, aos risos. “É perfeito saber que estamos participando de um evento que movimenta a cultura baiana, justamente no dia do aniversário do Ilê Aiyê. Só quem é deusa sabe o quanto esse bloco é transformador. Eu digo que hoje sou uma nova mulher, mais empoderada e mais firme. O Ilê é minha casa, a minha vida”, declarou.

Quando tocou ‘O Mais Belo dos Belos’, música que abriu o desfile, as deusas do ébano distribuíram sorrisos enquanto dançavam, seguidas pelos músicos da banda. Da plateia, uma fã viu com deslumbre a apresentação e não escondeu a emoção. “Eu tenho uma história com o Ilê Aiyê, porque eu nasci na Liberdade e minha mãe não tinha como me levar para os ensaios do bloco quando eu era pequena, então eu fugia para ver. Tenho para mim o Ilê como resgate da ancestralidade aqui. Fico emocionada sempre que vejo”, contou a assistente social Josy Andrade.

Quem também sensibilizou o público com a performance que apresentou no desfile foi Rachel Reis, cantora de Feira de Santana que escolheu quatro músicas para compor os blocos temáticos do AFD. Com músicas do novo álbum Divina Casca, além da composição ‘Sexy Iemanjá’, de Pepeu Gomes, Rachel apareceu em um vestido todo branco e com detalhes cristalizados, fazendo jus ao apelido de ‘Sereiona’, como é carinhosamente chamada pelos fãs.

Afro Fashion Day 2025 por Arisson Marinho/CORREIO

Antes de subir na passarela, ela contou que faria questão não apenas de participar, mas também de ser telespectadora do desfile. “Estou muito feliz de cantar para que eles desfilem. Meu repertório é, naturalmente, um repertório em que falo muito sobre mim, sobre força. Fico muito feliz de ver outras meninas negras se identificarem com isso”, afirmou.

Rachel ainda destacou a inspiração da setlist que escolheu. “As quatro músicas escolhidas passeiam muito por esse universo de poder, autocuidado e amor próprio. Eu lembro que, quando eu era menina, eu via pouca representação. Taís Araújo era a diva master, tinha poucas pessoas. Então, fico feliz de ver esse movimento no qual as pessoas têm encontrado espelhos, se veem bonitas e se acham interessantes, porque elas são”, frisou.

Vindo de uma geração que já encontrou espelhos para se ver e se inspirar, o cantor Felupz, que foi um dos responsáveis pela performance artística na transição para o bloco do desfile que abordou a expressão da juventude urbana, lembrou que esta é a quinta vez que participa do AFD – nas outras edições, ele desfilou – e deu ênfase a sensação de estar vendo o evento, cada vez mais, ampliar a diversidade de ideias, pessoas e estilos.

Nesta edição, ele contou que sua missão foi trazer mais da marca dos novos soteropolitanos. “Trouxemos o pagodão que está presente nos paredões e em todas as festas urbanas de Salvador. Trazemos um remix com uma galera muito massa, como o Kannalha, além de uma música autoral minha que será lançada no dia 6 de novembro e mais um remix que traz o dancehall”, detalhou.

Além das atrações musicais, o público ainda pôde fazer compras na Feira da Sé, que funcionou no evento desde às 11h da manhã. Entre os produtos confeccionado e comercializado pelos empreendedores locais estavam acessórios, roupas inspiradas na moda nigeriana, turbantes, bolsas e produtos para higiene.