Cadastre-se e receba grátis as principais notícias do Correio.
Yan Inácio
Publicado em 29 de julho de 2025 às 15:24
A arte da performance toma as ruas, feiras, escolas e centros culturais de Salvador e Jequié na 1ª Bienal de Performance da Bahia, evento inédito dedicado exclusivamente à linguagem performática no estado. Com curadoria da artista e pesquisadora baiana Padmateo, a Bienal acontece de 13 a 17 de agosto e reúne mais de 30 artistas, pesquisadores e pensadores em uma programação que inclui performances urbanas, oficinas, falas públicas, vídeoarte e exposições. (Confira a programação completa abaixo) >
A pergunta “Isto é violência” conduz a curadoria do evento, que propõe reflexões críticas sobre os modos como o cotidiano, a política e as marcas da história moldam as experiências da violência. “Nos faltava um espaço que descentralizasse a performance das galerias e a colocasse no meio da rua, entre o povo. A Bienal nasce como um gesto de encontro e partilha”, afirma Padmateo.>
Em Jequié, a programação começa no dia 13 com a abertura da exposição “Mandacaru: Aqui é um bairro”, de Alex Oliveira, na residência artística Casa 1145. No mesmo dia, na Casa 1145, Z Mário realiza no dia 13 de agosto, às 20h, uma intervenção simbólica e ancestral que busca conectar vida e morte, passado e presente. No dia seguinte, Marcel Diogo apresenta no Centro de Abastecimento Vicente Grillo a performance “Nem tudo que vai na parede é obra de arte”, em que o corpo encena o gesto de ser colocado contra a parede, evocando abordagens policiais.>
Alex Oliveira retorna no dia 15 com a “Fotoperformance Popular” na Feira do Pau e no Colégio Milton Santos. Outros destaques em Jequié incluem “A Gangorra”, do artistas simõesfilhense Augusto Leal, no dia 15, na Praça Ruy Barbosa, e “Me segura que eu vou dar um vogue”, de Otacílius José, na Avenida Rio Branco, onde o corpo queer se afirma em dança e liberdade. >
Já no dia 16, às 19h, gratuitamente, no Centro Cultural ACM, o espetáculo “Entrelinhas”, da coreógrafa Jack Elesbão, apresenta uma dramaturgia visual que evoca a figura da mulher negra silenciada na história. Finaliza este dia a performance coletiva e aberta “Bombas de Sementes”.>
Em Salvador, a Bienal ocupa o Pelourinho com caminhadas performáticas, debates e ações poéticas. Abrindo a programação, no dia 13, Tiê Francisco Maria conduz às 15h a performance “Ultrassom: ou toda cidade é uma partitura”, em que sons urbanos são captados e ressignificados como partitura viva. No dia seguinte, às 15h, Ângela Daltro apresenta “Noiva”, performance premiada que encarna uma prece laica contra violências de gênero e raça. >
Em 15 de agosto, Álex Ìgbó espalha pelas ruas a série de lambes “Oriente-se”, desafiando símbolos coloniais de gênero. Essas três primeiras performances tem como ponto de partida a Casa do Benin. Já no dia 16, a performance “Contagiar: conversas sobre HIV e AID$”, com Kako Arancíbia e Franclin Rocha, convida o público que transita pelo Terreiro de Jesus a experimentar o silêncio, o afeto e o diálogo como ato performativo.>
Durante os cinco dias de evento, uma mostra de vídeoarte com curadoria de Rogério Félix, em parceria com o acervo do Vídeo Brasil, será exibida em Jequié e Salvador, reunindo obras nacionais e internacionais sobre identidade, território e performatividade. A Bienal também oferece oficinas e mesas de bate-papo gratuitas que versarão sobre o tema do evento e a própria prática da performance na Bahia. Para participar, os interessados devem se inscrever através de formulário disponível no perfil @bienalperformance, no Instagram>
13 de agosto>
Performance “Ultrassom: ou toda cidade é uma partitura” – Tiê Francisco Maria (Casa do Benin, 15h)>
14 de agosto>
Performance “Noiva” – Ângela Daltro (Casa do Benin, 15h)>
15 de agosto>
Série de lambes “Oriente-se” – Álex Ìgbó (ruas do Pelourinho)>
Oficina “Método Mamba” – Diego Alcântara (Casa Mangabeira, 15h–18h)>
16 de agosto>
Performance “Contagiar: conversas sobre HIV e AID$” – Kako Arancíbia e Franclin Rocha (Terreiro de Jesus)>
Mostra de Vídeoarte (durante os dias do evento)>
Curadoria de Rogério Félix, em parceria com o acervo do Vídeo Brasil>
13 de agosto>
Exposição “Mandacaru: Aqui é um bairro” – Alex Oliveira (Casa 1145)>
Intervenção simbólica e ancestral – Z Mário (Casa 1145, 20h)>
14 de agosto>
Performance “Nem tudo que vai na parede é obra de arte” – Marcel Diogo (Centro de Abastecimento Vicente Grillo)>
15 de agosto>
“Fotoperformance Popular” – Alex Oliveira (Feira do Pau e Colégio Milton Santos)>
“A Gangorra” – Augusto Leal (Praça Ruy Barbosa)>
“Me segura que eu vou dar um vogue” – Otacílius José (Av. Rio Branco)>
16 de agosto>
Espetáculo “Entrelinhas” – Jack Elesbão (Centro Cultural ACM, 19h)>
Performance coletiva “Bombas de Sementes”>
Mostra de Vídeoarte (durante os dias do evento)>
Curadoria de Rogério Félix, em parceria com o acervo do Vídeo Brasil>
Oficinas>
“Risco!: por uma modelagem viva” – Ana Gábris (14 e 15 de agosto)>
Aula Magna Online – YouTube da Bienal, 11h>
13/08: “Corpos dissipados” – Renan Marcondes>
14/08: “Vamos abrir a roda, enlarguecer” – Pêdra Costa>
15/08: “Traindo trauma, tramando vida” – Ramon Fontes>
16/08: “Torcendo nossas línguas!” – Waleff Dias>
Oficinas Online>
13/08: “Práticas Performativas Feministas” – Nina Caetano>
14/08: “Arte e Crime” – Kauê Garcia>