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Maysa Polcri
Publicado em 23 de setembro de 2025 às 14:11
A ex-assessora parlamentar Damares Silva dos Santos foi condenada a sete anos e quatro meses de prisão por extorsão contra o ex-deputado federal Abílio Santana. Ela é acusada de chantegear o político e exigir R$ 180 mil para não divulgar vídeos em que acusava Abílio Santana de estupro. A Justiça entendeu que as acusações eram falsas. >
As tentativas de extorsão teriam acontecido entre 1 e 20 de abril de 2022. De acordo com a denúncia do Ministério Público da Bahia (MP-BA), Damares em conjunto com outro ex-assessor, Dejarde Cézar da Silva Filho, exigiu o valor para não publicar os vídeos. O objetivo seria aproveitar o ano eleitoral para potencializar o dano à reputação do ex-deputado. Dejarde foi preso em flagrante no ano de 2022, após ser flagrado recebendo R$ 32 mil de um assessor do político. Eles estavam sendo monitorados pela polícia. >
Durante o julgamento, Damares negou a extorsão e afirmou que foi vítima de estupro em 2015 por José Abílio. Ela também disse que o deputado a procurou para que ela não continuasse a divulgação dos vídeos na internet. Porém, o juiz José Francisco Oliveira de Almeida ressaltou que Damares não procurou a polícia e nem fez qualquer tipo de denúncia sobre o suposto crime sexual. >
"Fosse o intuito de noticiar o crime contra a dignidade sexual, de igual forma, o teria realizado pelas vias formais policiais/judiciais e, repiso, não há nos autos qualquer notícia de crime, investigação, processo, em relação a tais narrativas. Devo lembrar que a ré não se trata de pessoa de pouca instrução (a ponto de não ter ciência de quais providências tomar), mas uma profissional que atuava como assessora parlamentar, com grau de instrução acima da média da população em geral", pontuou o magistrado na decisão, a qual o CORREIO teve acesso. >
A sentença foi proferida na última quinta-feira (18). O regime inicial para o cumprimento da pena é semiaberto. Além da pena de prisão, Damares foi condenada a pagar 75 dias-multa. O juiz permitiu que ela recorra em liberdade. A reportagem não conseguiu contato com as defesas de Damares Silva e Dejarde Cézar. >