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Esther Morais
Publicado em 5 de setembro de 2025 às 11:19
O grupo Carrefour voltou a ser alvo de denúncias na Bahia. Desta vez, a rede de hipermercados foi processada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) pela falta de protocolo para o enfrentamento de casos de assédio sexual dentro de uma unidade na cidade de Itabuna, no sul do estado. >
Segundo o órgão, houve uma série de situaçõs de assédio sexual, principalmente envolvendo um gerente, na loja. Os assédios incluíam comentários sobre o corpo das funcionárias, ofertas de vantagens em troca de favores sexuais, toques inadequados, perseguição dentro da loja e assédio por meio de mensagens e áudios nas redes sociais. >
Há relatos de que esse empregado assediava também funcionários do sexo masculino, inclusive usando palavras de baixo calão e tocando em suas partes íntimas. Os depoimentos foram colhidos no inquérito aberto pelo MPT no ano passado. A ação segue em segredo de justiça corre na 3ª Vara do Trabalho de Itabuna. >
O MPT investigou o caso e apresentou as provas colhidas para a empresa, que se negou a assinar um termo de juste de conduta. Ao final, a varejista, que tem lojas por todo o país, demitiu o empregado apontado como assediador, sem acolher as vítimas ou adotar qualquer outra medida de proteção contra novo casos.>
Na última quarta-feira (04), a procuradora Carolina Novais, responsável pelo caso, entrou com uma ação civil pública por assédio sexual no ambiente de trabalho, pedindo que a empresa seja condenada a implementar um programa de prevenção e combate ao assédio sexual no ambiente de trabalho de amplitude nacional para todas as unidades no país. A ação também pede que o Carrefour seja condenado a pagar indenização por danos morais coletivos no valor de R$20 milhões.>
Ao dar entrada na ação, o MPT solicitou sigilo do processo com o objetivo de proteger as vítimas e demais pessoas que prestaram depoimentos. Também optou por divulgar o caso sem dar detalhes e os locais do assédio. >
Para a procuradora, “a varejista não adotou medidas para prevenir e combater o assédio sexual no ambiente de trabalho e não demonstrou interesse em corrigir suas práticas ilegais. A diretoria, ciente das denúncias, buscou silenciar as vítimas e, após a demissão do assediador, passou a persegui-las e puni-las”, informou. >
Há relatos colhidos no inquérito de que a empresa não realizava treinamentos adequados sobre assédio sexual e não possuía um canal de denúncia eficaz, além de proibir relacionamentos afetivos entre os empregados.>
A reportagem procurou o grupo para ter um posicionamento sobre a denúncia e aguarda retorno. O espaço segue aberto. >