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Pequenos agricultores denunciam perdas de até R$ 8 mil após uso de agrotóxicos em drones

Substância foi pulverizada por outros produtores da região

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 20:00

Produtores relatam ter perdido plantações por conta do contato com os defensivos agrícolas
Produtores relatam ter perdido plantações por conta do contato com os defensivos agrícolas Crédito: Reprodução

Pequenos agricultores da região da Bacia do Jacuípe denunciaram a contaminação de plantações por agrotóxicos pulverizados por meio de drones. Cultivadores da zona rural de Capim Grosso, Serrolândia e Várzea do Poço relataram o prejuízo estimado em até R$ 8 mil com a ação outros fazendeiros da região.

De acordo com os donos das lavouras, que não quiseram se identificar por questões de segurança, a aplicação dos defensivos foi feita sem qualquer aviso prévio para os produtores das redondezas. Eles denunciaram que o vento não estava em condições favoráveis para a pulverização e acabou levando a substância também para as suas propriedades.

Um deles, produtor de hortaliças, relatou que tinha o objetivo de conquistar o selo orgânico com a sua plantação, que fica a cerca de 500 metros de distância de um dos fazendeiros que utilizou os agrotóxicos. O homem estimou um prejuízo de cerca de R$ 8 mil com a produção perdida, que ficou murcha após o contato com a substância. “Até o momento, o vizinho não se negou a cobrir os prejuízos, mas o sonho de conquistar o selo orgânico ficou enterrado. Como vou ter um selo de um produto que não é mais limpo?”, questionou o trabalhador.

Pequenos agricultores denunciam o uso de agrotóxico por drones; plantações foram perdidas por Reprodução

Outro agricultor contou que percebeu que o vizinho estava utilizando drones para aplicar o pesticida e, no dia seguinte, suas melancias também foram perdidas. "Molhamos, adubamos para ver se reagia e nada. Em poucos dias, perdemos a roça toda", disse o homem, que chegou a investir recursos em irrigação. "Só nesta área afetada, se for calcular o investimento em irrigação, adubo, semente, mão de obra e o que deixamos de vendar, dá mais de R$ 6 mil. Nem chegamos a dar queixa porque quando a gente reclama, eles sempre alegam que baterem o produto nas terras deles e dentro das normas", lamentou.

Além das perdas no campo, os agricultores também temem pela saúde de todos que residem na região. "Recebemos relatos de pessoas com quadros de mal-estar, náuseas, dores de cabeça no município, sem falar nas perdas financeiras das colheitas poucos dias após aplicações desse veneno nas áreas vizinhas", contou uma liderança que atua na defesa dos trabalhadores rurais, que também não quis ter a identidade revelada.

Os pequenos produtores pedem que as autoridades responsáveis interfiram para impedir maiores estragos. "Em defesa das regras de proteção à saúde, à água e à biodiversidade, o clamor local é pela atuação do Ministério Público (MP), da Agência de Defesa Agropecuária da Bahia (Adab), do Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), da Vigilância Sanitária e outros órgãos agrários", solicitaram.

Procurado, o Inema informou que não chegou a receber uma denúncia formal do caso. "Para que o Inema possa atuar, é necessário que seja formalizada uma denúncia, acompanhada de fotos e da indicação precisa dos locais. O cidadão que deseja registrar denúncias de crimes ambientais deve entrar em contato com o Disque Denúncia do Inema pelo número 0800 071 1400 ou através do e-mail: denuncia@inema.ba.gov.br", declarou a pasta.

O MP e a Adab também foram procurados pelo CORREIO, mas não houve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto.