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Antes de ser preso, empresário que matou gari pediu ajuda para ex-coronel da PM

Renê Júnior chamou o ex-coronel de “meu amigo” e se disse “surpreso” com a abordagem dos policiais

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Yan Inácio

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 12:35

René da Silva Nogueira Júnior
René da Silva Nogueira Júnior Crédito: Reprodução

O empresário Renê Júnior, que confessou ter matado o gari Laudemir de Souza Fernandes, no último dia 11, pediu ajuda para um coronel da reserva da Polícia Militar quando foi abordado por militares horas depois do crime, em uma academia.

O crime aconteceu no bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte (MG). O empresário atirou contra o gari após se irritar com um caminhão de lixo parado na rua. Segundo a investigação, na troca de mensagens, Renê chamou o ex-coronel de “meu amigo” e se disse “surpreso” com a abordagem dos policiais. Veja o diálogo:

Troca de mensagens entre empresário e ex-coronel por Reprodução

O aplicativo de mensagens também registrou uma ligação de áudio de cerca de dois minutos, mas o documento do inquérito não registra se o ex-coronel realmente fez a chamada. Também de acordo com a investigação, antes de ser preso, Renê manteve diversas trocas de mensagens e ligações com a esposa, que não respondeu aos pedidos para entregar armas diferentes da utilizada no crime.

Rene foi filmado no trabalho horas após o crime por Reprodução/TV Globo

Em uma das mensagens, ele afirmou: “Entrega a nove milímetros. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada”. Em outra, disse: “Estava no lugar errado na hora errada. Amor, eu não fiz nada”. O documento mostra que, mesmo após o crime, o empresário seguiu com a rotina normalmente, realizando chamadas telefônicas e pesquisas sobre o caso, como buscas no Instagram sobre notícias envolvendo a vítima.

O inquérito indica que Ana Paula permitia que o marido utilizasse suas armas pessoais, incluindo a pistola calibre .380 usada no crime, além de uma pistola de uso institucional da Polícia Civil. Exames periciais confirmaram a compatibilidade da arma de uso particular com o disparo registrado. A delegada foi afastada de suas funções por 60 dias para tratamento de saúde, medida que pode ser prorrogada.

Indiciamento e penas

Renê foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, ameaça e porte ilegal de arma. Caso condenado, a pena pode chegar a 35 anos. A esposa, por ser servidora pública e ter cedido o armamento, pode ter a pena aumentada em até 50%, conforme a legislação.

O caso segue sob investigação e acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais, que analisa a conduta da delegada e o cumprimento de protocolos relacionados ao uso de armas.

Relembre o crime

O caso ocorreu em 11 de agosto, quando Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, trabalhava em uma equipe terceirizada de limpeza urbana na Rua Modestina de Souza, bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte.

O empresário se irritou com um caminhão de coleta que ocupava parte da via e, após discussão, sacou uma pistola e atirou contra o gari. Laudemir foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A motorista do caminhão também relatou ter sido ameaçada durante o incidente.