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Carol Neves
Publicado em 4 de setembro de 2025 às 09:26
O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, foi indiciado pela Polícia Civil de Minas Gerais por homicídio duplamente qualificado, ameaça e porte ilegal de arma de fogo. Ele permanece preso desde 11 de agosto, e o inquérito detalha seu comportamento antes e depois do crime, além do envolvimento da esposa, a delegada Ana Paula Lamêgo Balbino, que também foi indiciada por porte ilegal de arma. >
Segundo o inquérito, Renê manteve diversas trocas de mensagens e ligações com a esposa, que não respondeu aos pedidos para entregar armas diferentes da utilizada no crime. Em uma das mensagens, ele afirmou: “Entrega a nove milímetros. Não pega a outra. A nove milímetros não tem nada”. Em outra, disse: “Estava no lugar errado na hora errada. Amor, eu não fiz nada”.>
Empresário mata gari em briga de trânsito
O documento mostra que, mesmo após o crime, o empresário seguiu com a rotina normalmente, realizando chamadas telefônicas e pesquisas sobre o caso, como buscas no Instagram sobre notícias envolvendo a vítima.>
O inquérito indica que Ana Paula permitia que o marido utilizasse suas armas pessoais, incluindo a pistola calibre .380 usada no crime, além de uma pistola de uso institucional da Polícia Civil. Exames periciais confirmaram a compatibilidade da arma de uso particular com o disparo registrado. A delegada foi afastada de suas funções por 60 dias para tratamento de saúde, medida que pode ser prorrogada.>
Fascínio por armas>
As investigações revelaram que Renê tinha interesse por armas de fogo e o poder que elas conferiam. Vídeos e imagens encontrados em seus aparelhos mostram o empresário exibindo armamentos e efetuando disparos em festas e eventos sociais, embora nenhum desses artefatos seja o utilizado no crime.>
Empresário seguiu com rotina após matar gari
Indiciamento e penas>
Renê foi indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e recurso que dificultou a defesa da vítima, ameaça e porte ilegal de arma. Caso condenado, a pena pode chegar a 35 anos. A esposa, por ser servidora pública e ter cedido o armamento, pode ter a pena aumentada em até 50%, conforme a legislação.>
O caso segue sob investigação e acompanhamento da Corregedoria da Polícia Civil de Minas Gerais, que analisa a conduta da delegada e o cumprimento de protocolos relacionados ao uso de armas.>
Relembre o crime>
O caso ocorreu em 11 de agosto, quando Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, trabalhava em uma equipe terceirizada de limpeza urbana na Rua Modestina de Souza, bairro Vista Alegre, em Belo Horizonte. >
O empresário se irritou com um caminhão de coleta que ocupava parte da via e, após discussão, sacou uma pistola e atirou contra o gari. Laudemir foi socorrido, mas não resistiu aos ferimentos. A motorista do caminhão também relatou ter sido ameaçada durante o incidente.>