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'Antes Elize que Eliza': condenada por matar e esquartejar marido, Elize Matsunaga acumula fãs nas redes

Elize Matsunaga foi condenada por matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 2012

  • Foto do(a) author(a) Millena Marques
  • Millena Marques

Publicado em 15 de novembro de 2025 às 06:01

Elize Matsunaga e Eliza Samudio
Elize Matsunaga e Eliza Samudio Crédito: Divulgação/Reprodução

Condenada por matar e esquartejar o marido, o empresário Marcos Kitano Matsunaga, em 2012, Elize Matsunaga vive hoje em liberdade condicional no interior de São Paulo. A ex-presidiária, uma das criminosas retratadas na série inédita Tremembé, da Prime Video, coleciona fãs nas redes sociais.

Embora não tenha perfis próprios nas redes, Elize é defendida por inúmeras pessoas. “Em um tempo em que tantas mulheres são brutalmente agredidas por seus companheiros e carregam sequelas físicas e psicológicas irreparáveis, fica uma dura verdade: melhor estar atrás das grades do que ser lembrada apenas como vítima de feminicídio”, diz uma publicação do perfil “Moça, Empodere-se”, que tem mais de 220 mil seguidores no Instagram.

A popularidade on-line gerou uma espécie de "ditado" entre algumas mulheres: "Antes Elize, que Eliza", em referência a Eliza Samúdio, assassinada pelo goleiro Bruno Fernandes e comparsas em Minas Gerais. A percepção nesse caso é de que é melhor matar do que terminar sendo vítima de um feminicídio.

Enquanto estava presa, Elize escreveu um livro intitulado Piquenique no Inferno, no qual afirma pedir perdão à filha e apresentar sua versão dos fatos. No manuscrito, ela diz ter agido sozinha e em legítima defesa, após ser ofendida e agredida por Marcos Matsunaga. Trechos da obra foram divulgados em 2022 pelo portal G1. 

“‘Atira, sua fraca! Atira! Sua vagabunda! Atira ou some daqui com sua família de bosta e deixa minha filha. Você nunca mais irá vê-la. Acha que algum juiz dará a guarda a uma puta?’”, relata Elize sobre o que teria ouvido antes de atirar. Vale destacar que apesar da versão da condenada, não houve qualquer reconhecimento legal durante o julgamento de que Elize tenha agido em legítima defesa. 

Elize Matsunaga por Reprodução

Os comentários comparam os dois casos e lembram outros crimes. “O goleiro Bruno virou ídolo, Guilherme de Pádua também. Mas ela, como é mulher, muitos, se pudessem, pediriam pena de morte. Passo pano total pra ela”, diz outro, em referência também ao caso de Daniella Perez, morta pelo colega de trabalho. Tem até quem prometa se fantasia de Elize no Carnaval do ano que vem. 

@carolzitavsf Antes Elise Matsunaga que Eliza samudio #elizematsunaga ♬ som original - viniglopes

Mas, afinal, há uma explicação para a fascinação que algumas pessoas têm por criminosos? De acordo com a psicóloga clínica Nili Brito, não se trata apenas de curiosidade. “A mente humana tenta encontrar lógica para aquilo que, no fundo, é incompreensível e, nessa busca, cria sentidos que substituem o que não consegue elaborar”, explica.

“E quando alguém transgride normas de forma extrema, como nos casos mencionados na série Tremembé, isso desperta uma mistura de estranhamento, medo e curiosidade — uma tentativa interna de decifrar o incompreensível, de procurar lógica para tais questões”, continua.

Segundo a psicóloga, existe também um componente emocional ligado ao fascínio pelo proibido: aquilo que rompe regras sociais tende a atrair o olhar porque mexe com territórios psicológicos profundos, inclusive com fantasias que raramente são assumidas conscientemente. “Já percebeu o quanto notícia ruim atrai mais atenção do que realizações ou conquistas?”, pontua Nili.

Além disso, ela ressalta que as narrativas construídas nas redes sociais têm um peso enorme. “Quando um caso é apresentado de forma quase cinematográfica — com recortes de falas, imagens humanizadas e edições que suavizam a violência — percebe-se a criação de um personagem. E quando a pessoa passa a enxergar o ‘personagem’, e não o crime, pode desenvolver uma identificação emocional. É um fenômeno complexo”, finaliza.

Tags:

Eliza Samudio Tremembé Elize Matsunaga