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Carol Neves
Estadão
Publicado em 31 de julho de 2025 às 08:57
Horas após ser sancionado pelo governo dos Estados Unidos com base na Lei Magnitsky, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), apareceu na Neo Química Arena, na zona leste de São Paulo, para assistir ao clássico entre Corinthians e Palmeiras, válido pelas oitavas de final da Copa do Brasil. Durante o evento, ele fez um gesto obsceno com o dedo médio em resposta a uma provocação no estádio. >
Acompanhado da esposa, Moraes chegou ao local e, após ser interpelado por um interlocutor, respondeu com a frase “vai Corinthians” e em seguida mostrou o dedo do meio. A cena foi registrada e rapidamente repercutiu nas redes sociais. A reportagem do Estadão, no entanto, não presenciou tumulto ou aglomeração em torno do ministro, que permaneceu em um dos camarotes da arena.>
A presença de Moraes no estádio também foi comentada ao vivo pelo narrador Galvão Bueno, durante a transmissão da partida pelo Amazon Prime Video. “Aí você vai vendo a presença do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, que está envolvido em toda essa conversa, essa disputa com o governo dos Estados Unidos. Mas isso é política. Ele está ali como torcedor. Tem todo o direito de estar ali como torcedor”, disse Galvão.>
No mesmo dia, Moraes foi formalmente incluído na lista de sanções da Lei Magnitsky, mecanismo norte-americano que impõe restrições econômicas e de entrada nos EUA a estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. A decisão foi anunciada pela Secretaria do Tesouro dos Estados Unidos, sob a gestão do ex-presidente Donald Trump.>
Com a sanção, o ministro teve bloqueado o acesso ao sistema financeiro norte-americano, incluindo contas bancárias e possíveis ativos no país. Ele também está proibido de entrar nos Estados Unidos. Na semana anterior, o visto dele e de outros sete ministros do STF, além do procurador-geral da República, Paulo Gonet, já havia sido suspenso por ordem de Trump.>
Foi a primeira vez que a Lei Magnitsky foi usada contra uma autoridade de um país democrático. Até então, ela havia sido aplicada apenas a alvos ligados a regimes autoritários, grupos terroristas e organizações envolvidas em violações sistemáticas de direitos humanos e lavagem de dinheiro.>