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Câncer menos agressivo e mais comum: saiba mais sobre o diagnóstico de Bolsonaro

Ex-presidente recebeu laudo patológico nesta quarta-feira (17)

  • Foto do(a) author(a) Elaine Sanoli
  • Elaine Sanoli

Publicado em 17 de setembro de 2025 às 21:38

Jair Bolsonaro
Jair Bolsonaro Crédito: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Após sucessivas idas ao hospital, o ex-presidente Jair Bolsonaro foi diagnosticado com carcinoma de células escamosas in situ. A doença, embora se trate de um tumor maligno, é uma forma mais branda de câncer de pele e não chega ao nível de gravidade de um melanoma. A oncologista clínica Lívia Andrade aponta que, por conta dessa característica, o tratamento também é menos agressivo e, na maioria dos casos, não chega a necessitar de quimio ou radioterapia.

Andrade explica que o carcinoma de células escamosas é um dos mais comuns e corresponde a cerca de 30% de todos os tumores malignos registrados no Brasil e no mundo. Ele é caracterizado pelo câncer nos ceratinócitos, que são as principais estruturas da pele.

No caso do ex-presidente, a doença é do tipo in situ e foi identificada em duas das oito lesões removidas no Hospital DF Star.

"Em termos de gravidade comparativa dentro dos carcinomas escamosos cutâneos, o in situ é um estágio mais inicial, porque não invade tecido profundo e vasos sanguíneos", descreve a especialista. Por atingir as camadas mais superficiais, o risco de metástase é inferior, se comparado aos carcinomas mais invasivos.

Andrade aponta que os principais sintomas costumam aparecer em áreas com maior grau de exposição solar crônica. É comum surgirem lesões de pele em forma de um nódulo endurecido ou como ferida que não cicatriza. "Às vezes com ulceração ou crostas persistentes, podendo causar dor ou sangramento", acrescenta.

Visto que as lesões não atingem camadas mais profundas, o tratamento é menos agressivo no caso do carcinoma de células escamosas. Um dos primeiros focos, segundo a médica, costuma ser a retirada completa da lesão por meio cirúrgico. "A radioterapia pode ser utilizada em situações onde a cirurgia não é possível, e a quimioterapia é pouco usual nesse tipo de câncer — [é útil] apenas nos poucos casos de estágio avançado da doença", afirma.

Bolsonaro ao lado de advogado por Antonio Augusto/STF

Risco

Entre os fatores de risco, a médica cita a exposição solar cumulativa, principalmente em fases iniciais da vida. "O risco maior está na exposição solar que tivemos na infância e adolescência", argumenta Andrade. Baixos níveis de melanina na pele também podem representar um perigo, visto que ela funciona como um mecanismo de defesa do corpo contra a entrada de radiação ultravioleta. Por isso, pessoas de pele, olhos e cabelos claros ou ruivos, e pessoas com albinismo, podem ter maior propensão ao desenvolvimento da doença.

No caso do ex-chefe do executivo brasileiro, a exposição ao sol sem proteção ou moderação ao longo da vida foi citada pelo médico responsável pelo seu tratamento. "Pela característica de pele dele, por ter tomado sol a vida inteira sem muita proteção, ele precisa ser avaliado periodicamente", disse Cláudio Birolini.

Além disso, são fatores de risco, segundo a médica Lívia Andrade:

  • Histórico familiar de câncer de pele;
  • Histórico pessoal ou familiar de lesões cutâneas prévias;
  • Sistema imune enfraquecido;
  • Idade, pois o risco aumenta com o passar dos anos, visto que o organismo acumula exposição solar, maior probabilidade de mutações somadas e menor reparo de DNA.

"A melhor forma de combater o câncer de pele ainda é a prevenção, com proteção solar adequada e acompanhamento médico regular. O diagnóstico precoce é fundamental: quando identificado na fase inicial, o câncer de pele tem altas taxas de cura", alerta a profissional.

Diagnóstico de Bolsonaro

Na terça-feira (16), o filho do ex-presidente, Carlos Bolsonaro, já tinha adiantado que o pai faria exames para averiguar um câncer. Em transmissão ao vivo nas redes sociais, ao lado do senador Magno Malta (PL-ES), Carlos detalhou que o pai enfrentava dificuldades alimentares e apresentava sinais preocupantes.

"A situação dele de saúde é delicada. Cada dia come menos. Descobriu-se hoje [terça] que ele tá com problema de falta de ferro no sangue, uma possibilidade de uma nova hérnia surgindo nele, mas é uma coisa inicial, ainda não se pode afirmar nada. Retiraram sete pedaços de profundas de pele dele para ver a possibilidade de averiguação de um câncer", relatou.

Neste dia, Bolsonaro foi internado no Hospital DF Star, com quadro de vômitos, tontura, queda de pressão arterial e pré-síncope, de acordo com as informações dos médicos.

*Com informações do portal Metrópoles.