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Cinema tradicional tem ligação com empresa investigada em megaoperação contra o PCC

Empreendimento apontado como ligado ao grupo criminoso adquiriu os naming rights do estabelecimento

  • Foto do(a) author(a) Yan Inácio
  • Yan Inácio

Publicado em 2 de setembro de 2025 às 06:00

Reag Belas Artes, no centro de São Paulo
Reag Belas Artes, no centro de São Paulo Crédito: Divulgação

Um dos cinemas mais tradicionais de São Paulo, localizado na esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista, tem um elo de ligação com uma das empresas investigadas na Operação Carbono Oculto, que revelou um esquema bilionário do Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis em oito estados.

A empresa em questão é a Reag Investimentos, que comprou os naming rights - o direito de associar o nome de sua marca a um local com um contrato - do local, que passou a se chamar REAG Belas Artes.

De acordo com o site da Reag, o empreendimento é a maior gestora independente de ativos financeiros do Brasil, com R$ 299 bilhões sob gestão. A empresa tem ações negociadas na B3, a Bolsa de Valores da capital paulista.

Em nota enviada ao g1, a empresa afirmou que “colabora integralmente com as autoridades responsáveis pela Operação Carbono Oculto” e “que diversos fundos de Investimentos mencionados na Operação nunca estiveram sob sua administração ou gestão.”

“A Reag permanece em atuação com seu rigor técnico, ética e transparência, em estrita conformidade com as normas e exigências da lei e dos reguladores do sistema financeiro”, escreveu a empresa.

A empresa é uma dos principais alvos da operação ao lado do Grupo Aster/Copape, donos das usinas, distribuidoras e redes de postos de combustíveis utilizados pelo grupo criminoso e do BK Bank, fintech financeira utilizada para movimentar dinheiro por contas não rastreáveis. 

Esquema bilionário do PCC

Mohamad Hussein Mourad e Roberto Augusto Leme são apontados como operadores centrais do ecossistema criminoso. Ambos são ligados às empresas Aster e Copape. Na quinta-feira, Mourad foi alvo de um dos 350 mandados de busca e apreensão.

As investigações identificaram que o grupo criminoso utilizava uma rede de postos de gasolina e fintechs para desviar e ocultar recursos de origem ilícita. O grupo controlava cerca de 1,2 mil postos e operava de forma organizada, antecipando-se a fiscalizações e usando usinas de etanol, distribuidoras, transportadoras, fintechs e fundos de investimento da Faria Lima.

Para abastecer a rede criminosa e lavar dinheiro, a quadrilha adquiriu ao menos cinco usinas de etanol endividadas no interior de São Paulo, pagando até 43% acima do valor de mercado em algumas operações.

Sem faturamento até 2019, a empresa chegou a quase R$ 800 milhões em 2021, e parte do dinheiro foi transferida para o empresário Rafael Renard Gineste, preso ao tentar fugir de lancha em Santa Catarina. O transporte do combustível adulterado era feito por caminhões da G8 Log, ligada a Mohamed Hussein Murad, conhecido como Primo.

Ao menos 22 carretas carregadas de combustível da empresas G8LOg e Moskal, pertencentes a empresários ligados ao esquema, estavam em um posto em Camaçari na sexta-feira (29). De acordo com a TV Bahia, os veículos não foram abandonados e estavam com motoristas.

Os bens da G8LOg foram sequestrados judicialmente, o que impede que os veículos rodem normalmente, mas a empresa não pode se desfazer deles. A Polícia Federal (PF) foi procurada para informar quais são as empresas remetentes e os destinatários dessas cargas, mas não respondeu até o fechamento desta matéria.