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Maysa Polcri
Publicado em 23 de dezembro de 2025 às 18:45
A Alpargatas, empresa dona da Havaianas, recuperou o valor de mercado que havia perdido após um comercial estrelado por Fernanda Torres causar polêmica. Às 18h07 desta terça-feira (23), as ações da companhia subiam 4,06%, cotadas a R$ 11,90. Os papéis registraram queda após ser veiculado uma propaganda em que a atriz afirma não desejar começar o ano com o "pé direito".>
O comercial gerou polêmica entre políticos e figuras públicas, que viram, na propaganda, uma afronta à ideologisa de direita. A reação teve reflexos econômicos. Na segunda-feira (22), os papéis preferenciais da empresa caíram 2,39%. O valor de mercado da companhia saiu de R$ 7,445 bilhões para R$ 7,292 bilhões, representando uma perda de valor de mercado de R$ 152 milhões, segundo levantamento publicado pela Elos Ayta Consultoria.>
Bolsonaristas tentam boicotar marca Havaianas
Com a valorização no mercado, as ações da Alpargatas operam, no final da tarde desta terça-feira (23), em valores maiores do que preços do pregão da última sexta-feira (19), quando havia fechado com os papéis ordinários (ALPA3) cotados a R$ 10,25 e os preferenciais (ALPA4) a R$ 11,72. >
Na propaganda, a atriz indicada ao Oscar pelo filme 'Ainda Estou Aqui', fala sobre não começar o próximo ano com o pé direito. “Desculpa, mas eu não quero que você comece 2026 com o pé direito. Não, não é nada contra a sorte, mas vamos combinar: sorte não depende de você, depende, depende de sorte. O que eu desejo é que você comece o Ano Novo com os dois pés. Os dois pés na porta, os dois pés na estrada, os dois pés na jaca, os dois pés onde você quiser. Vai com tudo, de corpo e alma, da cabeça aos pés”, diz o texto encenado pela atriz na peça publicitária.>
Nas redes sociais, diversos políticos criticaram o comercial. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) utilizou seu perfil na rede social X para demonstrar insatisfação, usando o trocadilho mais conhecido da marca: “Havaianas: todo mundo usa”. Segundo o parlamentar mineiro, as pessoas vão parar de usar o chinelo. “Havaianas, nem todo mundo agora vai usar”, escreveu na publicação. >
Já o deputado bolsonarista e vice-líder da Oposição na Câmara dos Deputados, Rodrigo Valadares (União-SE), disse que a marca fez “campanha política explícita contra a direita” e sugeriu o uso de outras marcas de sandália. “Seguimos firmes na defesa de Deus, pátria, família e liberdade. Por aqui, vamos de Rider, Ipanema, Crocs e outras”, escreveu.>
Quem também se posicionou foi o ex-deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e teve o mandato cassado no Brasil. “Só que eu me enganei. Eles escolheram para ser a garota-propaganda da sandália uma pessoa declaradamente de esquerda. Uma pessoa que não está nem aí, ou melhor, defende a prisão da Débora do batom, da Adalgilza, da Iraci Nagoshi e ainda fala para você não começar o ano com o pé direito”, criticou. >