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Carol Neves
Publicado em 28 de novembro de 2025 às 14:04
A expectativa de vida dos brasileiros voltou a crescer em 2024, alcançando 76,6 anos, segundo dados divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O índice recupera parte do fôlego perdido durante a pandemia - quando o indicador despencou para 72,8 anos em 2021 - e supera o resultado de 76,4 anos registrado em 2023. >
O avanço confirma a retomada da tendência de alta iniciada antes da crise sanitária, ainda que de forma mais lenta do que em décadas anteriores. Em 1940, primeiro ano com registros do instituto, um brasileiro vivia em média 45,5 anos, praticamente 30 anos a menos do que hoje.>
Desigualdade entre gêneros se mantém>
A nova estimativa mostra que as mulheres chegam a 79,9 anos, enquanto os homens alcançam 73,3 anos. Em 2023, esses números eram de 79,7 e 73,1, respectivamente.>
A distância entre os sexos segue explicada por padrões de comportamento, destaca o IBGE: mulheres procuram mais assistência médica, enquanto homens se expõem a maior risco, especialmente em acidentes de trânsito e episódios de violência.>
Apesar da alta, o avanço tem sido cada vez menor. Entre 2000 e 2010, a expectativa de vida cresceu 3,3 anos. Já entre 2019 e 2024, a elevação foi de apenas 0,4.>
Pelo mundo>
No ranking global, Mônaco lidera a expectativa de vida em 2024, com 86,5 anos. Em seguida aparecem San Marino (85,8), Hong Kong (85,6), Japão (84,9) e Coreia do Sul (84,4).>
A média mundial é de 73,4 anos, segundo a ONU.>
Mortalidade infantil ainda acima do pré-pandemia>
O país registrou em 2024 uma taxa de 12,3 mortes de bebês menores de 1 ano a cada mil nascidos vivos, uma leve queda frente aos 12,5 de 2023. O marco está longe dos níveis de 1940 (146,6), mas ainda não recuperou os patamares mais baixos da história - 12,1 em 2019 e 11,4 em 2020.>
O mesmo movimento aparece na mortalidade de crianças entre 1 e 4 anos, que era de 2 por mil em 2019 e caiu para 1,6 em 2020, mas voltou a 2,2 em 2024.>
O IBGE relaciona as reduções, de maneira geral, a políticas públicas de saúde: vacinação, pré-natal, aleitamento materno, agentes comunitários e programas de nutrição infantil.>
“Também contribuíram para a diminuição desse fatídico indicador os aumentos da renda, da escolaridade e do número de domicílios do país com acesso a serviços de saneamento adequado. A diminuição dos níveis de mortalidade, por sua vez, vem contribuindo para elevar a expectativa de vida dos brasileiros ao longo dos anos”, diz o instituto.>
Quanto se vive após os 60, 70 e 80 anos>
O aumento da longevidade também aparece quando se observa quanto tempo as pessoas vivem após determinadas idades.>
Aos 60 anos, um brasileiro em 2024 deve viver mais 22,6 anos (20,8 para homens e 24,2 para mulheres).>
Em 1940, eram 13,2 anos após essa idade.>
Aos 70 anos, a média é de 15,2 anos adicionais - 16,3 para mulheres e 14 para homens.>
Aos 75 anos, a projeção é de mais 11,9 anos;>
e acima de 80 anos, cerca de 9 anos.>
A mudança é significativa ao longo das décadas: em 1940, apenas 213 de cada mil pessoas que alcançavam os 60 anos chegavam aos 80. Em 2024, esse grupo sobe para 623.>