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Monique Lobo
Publicado em 28 de junho de 2025 às 11:11
O Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions, maior premiação do setor publicitário mundial, retirou os troféus concedidos à agência brasileira DM9 na edição deste ano, que aconteceu entre os dias 16 e 20 deste mês. De acordo com a organização do evento, o videocase da campanha “Efficient way to pay” feita para a Consul e que havia conquistado um Leão de Bronze, na categoria Creative Commerce, e um Grand Prix, em Creative Data, teria "conteúdo manipulado e gerado por IA (inteligência artificial)". >
Ainda segundo os organizadores, esse conteúdo foi usado "para simular eventos da vida real e desempenhos de campanha, resultando na apresentação de informações imprecisas ao júri durante sua deliberação".>
Na nota com a decisão, o festival também explicou que isso vai contra as regras de representação factual e agride a confiança depositada pelos jurados e pela indústria. “O Cannes Lions existe para celebrar a criatividade real, representativa e responsável”, completou o comunicado.>
Após perder esses prêmios, a DM9 decidiu retirar as inscrições de outros dois cases, o da campanha “Plastic blood”, feita para a OKA Biotech, e o da campanha “Gold=death”, feita para a Urihi Yanomami. "“As partes envolvidas concordaram que o nível de legitimidade não está de acordo com o padrão necessário. Como resultado, todos os prêmios serão retirados”, informou a nota da agência publicitária. >
Além disso, a agência também afastou o ex-copresidente, CCO e líder da produção desses cases, Icaro Doria. No comunicado da empresa, Icaro foi apontado como "responsável direto pelas falhas". >
Com a retirada desses cases, o Brasil perde dez Leões, além dos dois retirados pelo evento do case da “Efficient way to pay”. Assim, o país caiu de de 107 para 95 Leões. A boa performance do país só se manteve graças aos outros cinco Grand Prix e ao Titanium conquistados por outras agências.>