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Carol Neves
Publicado em 24 de setembro de 2025 às 11:10
A juíza Ana Paula Schleiffer Livreri, da Vara do Juizado Especial Cível e Criminal de Bragança Paulista, negou o pedido de indenização por danos morais e de retratação feito por Suzane Louise Magnani Muniz, conhecida anteriormente como Suzane von Richthofen, contra o jornalista e escritor Ullisses Campbell. O processo corre em segredo de Justiça, a decisão foi divulgada em agosto e cabe recurso. >
Segundo o portal Jota, Suzane alegava que Campbell havia publicado em seu Instagram e em um blog informações falsas sobre sua residência em Águas de Lindóia (SP), além de imagens dela em locais públicos da cidade e a expressão “ilustre psicopata” para se referir a ela. A ação pedia R$ 60.720,00 por danos morais e a obrigatoriedade de retratação.>
Suzane e Andreas von Richthofen
Na decisão, a juíza destacou que a divulgação da moradia da autora “não configura por si só ato ofensivo” e que o fato não seria suficiente para causar sofrimento, humilhação ou dano à honra e à dignidade de Suzane.>
Campbell, em sua defesa, afirmou que apenas repercutiu informações publicadas por outros veículos, como o portal UOL e o blog True Crime de O Globo, com caráter informativo. Também questionou o pedido de gratuidade de justiça feito pela autora.>
A magistrada ressaltou que Suzane, condenada pelo assassinato dos pais em 2002 e atualmente em regime aberto, “já foi objeto de inúmeras publicações, reportagens e entrevistas espontaneamente concedidas”, tornando-a pessoa de notoriedade pública. Segundo a sentença, as postagens de Campbell apenas reforçam informações já disponíveis publicamente, não caracterizando dano moral.>
Quanto à expressão “ilustre psicopata”, a juíza concluiu que, considerando a condenação criminal da autora, o termo não constitui ofensa. A definição de psicopatia no Dicionário Online de Português (Dicio) como “perturbação da personalidade que se manifesta essencialmente por comportamentos anti-sociais” foi citada para embasar a decisão.>
O pedido de retratação pública também foi negado, já que a juíza avaliou que isso poderia ampliar ainda mais a exposição das partes.>
O confronto judicial entre Suzane e Ullisses Campbell não é novo. Em 2019, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), cassou decisão que havia censurado o livro “Suzane, assassina e manipuladora”, permitindo sua publicação em 2020. Suzane foi condenada a 39 anos de prisão em 2006, pena depois reduzida para 34 anos e 4 meses, e cumpre atualmente regime aberto.>