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Tharsila Prates
Publicado em 20 de maio de 2025 às 19:30
Uma mulher acompanhada da filha de 4 anos e de um bebê reborn procurou um posto de saúde na cidade catarinense de Itajaí e pediu que a boneca fosse vacinada. O objetivo era gravar um vídeo para as redes sociais. O caso aconteceu em janeiro deste ano e foi divulgado nesta terça-feira (20) após um pedido do site NSC Total, de Santa Catarina, à Secretaria de Saúde do município.>
Segundo a Secretaria de Saúde, a mulher procurou a unidade pedindo para que fosse simulada a aplicação de vacina na boneca da filha dela, de 4 anos, a pedido da criança.>
A servidora, inicialmente, pensou que o pedido de vacinação fosse para a criança e pediu a caderneta, mas a mulher confirmou que era para a boneca. A funcionária do posto, que atende a zona rural de Itajaí, se recusou a fazer o procedimento, alegando que poderia haver desperdício de equipamentos públicos, como seringas e agulhas, usados para aplicação de vacinas em crianças e adultos.>
Com a recusa, a mulher deixou o posto de saúde. Ainda segundo o NSC, a gestão da unidade, na época, emitiu um comunicado, alertando para a possibilidade da mulher procurar atendimento à boneca reborn em outros postos, o que não aconteceu até agora.>
Na Bahia, também já houve uma ocorrência. Uma jovem de 25 anos levou um bebê reborn para receber atendimento médico em uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Guanambi, no centro-sul baiano. O caso é recente, aconteceu nesse domingo (18) e foi confirmado pela prefeitura. A mulher não foi atendida, mas o caso foi relatado à direção da unidade. A mulher chegou a dizer ao motorista que a levou ao posto que a "criança estava sentindo muita dor".>
Com a onda de bebês reborns nas redes sociais, diversos parlamentares se mobilizam para apresentar projetos barrando o atendimento desse tipo de boneco na rede pública de saúde. Outros querem legislar sobre a necessidade de atendimento psicossocial para as pessoas que "criam" os bonecos como se fossem gente. Há ainda os que preveem multas de 5 a 20 salários mínimos para quem tentar se beneficiar em filas de prioridade, por exemplo, trazendo o boneco no colo.>