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Elaine Sanoli
Publicado em 19 de setembro de 2025 às 05:00
Após a perda de um ente querido, garantir a pensão por morte, benefício concedido pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), pode significar a manutenção da estabilidade financeira da família. No processo de solicitação do recurso, no entanto, muitos dependentes cometem erros que resultam no indeferimento do pedido. >
Atualmente, a solicitação de pensão por morte é feita inteiramente pela internet, por meio da plataforma MeuINSS, e, em tese, qualquer pessoa consegue efetuar o pedido. Especialistas indicam, no entanto, que o principal erro que causa o indeferimento da solicitação são inconsistências no envio de documentos e manuseio da aplicação. >
"O fato de ser fácil de acessar não significa que o processo seja simples. Muitos pedidos acabam sendo negados por erros que poderiam ser evitados com orientação adequada", pontua a advogada e consultora de Direito Previdenciário Nicole Barbosa. >
A profissional explica que é fundamental se atentar para certidão de óbito incompleta ou com dados divergentes; uma possível ausência de documentos que comprovem o vínculo, como certidão de casamento, declaração de união estável ou certidão de nascimento dos filhos; além da falta de provas de dependência econômica, principalmente nos casos em que os solicitantes são pais, irmãos ou companheiros.>
Barbosa aponta, ainda, que erros como envio de documentos em formatos errados ou ilegíveis, envio de dados pessoais preenchidos incorretamente e a falta de anexação de documentos obrigatórios em campos específicos podem comprometer a concessão do benefício. "A burocracia continua sendo complexa, só que agora é digital. Muitas vezes o perigo está aí, pois o sistema não perdoa erros. Ele não avisa quando você esquece um documento importante. Ele simplesmente nega o benefício", diz a advogada.>
"Existe muito equívoco das pessoas no preenchimento dessas informações. A maioria dos erros é nesse sentido, tanto de juntar documentos, como também de prestar informações no próprio sistema", acrescenta a advogada e Conselheira Seccional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/BA), Anna Carla Fracalossi.>
Para evitar os possíveis transtornos, a principal alternativa é contar com o auxílio de um profissional da área, com conhecimento técnico e jurídico para executar a tarefa com maior segurança. "A gente sempre recomenda que a pessoa que não tenha inclusão digital e tenha alguma dificuldade tecnológica busque a assessoria de um profissional gabaritado ou algum familiar que tenha essa inclusão e consiga interpretar as exigências do sistema", sugere Fracalossi. >
Barbosa acrescenta que um pedido com erros ou mal formulado pode gerar anos de espera, solicitações de recursos ou até mesmo a negação definitiva do recurso. É nesse contexto que se insere o profissional do direito. "A legislação previdenciária é extensa, técnica e cheia de detalhes que mudam constantemente. Um especialista sabe exatamente quais documentos têm mais peso, como comprovar vínculos complexos, como união estável ou dependência econômica, quais teses e precedentes podem ser usados a favor do cliente, inclusive judicialmente", argumenta.>
Podem solicitar o benefício de pensão por morte dependentes do segurado, conforme a ordem de prioridade das classes:
O pedido da pensão de morte é feito por meio da internet, na plataforma MeuINSS. O solicitante não precisará, necessariamente, comparecer presencialmente nas unidades do INSS, a não ser quando solicitado para eventual comprovação, realização de avaliação médico-pericial ou apresentação de documento que não seja possível de ser enviado pelo Meu INSS. >