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Nauan Sacramento
Publicado em 27 de dezembro de 2025 às 12:58
A Polícia Federal (PF) confirmou que o engenheiro Carlos Rocha, presidente do Instituto Voto Legal (IVL), não foi localizado em seu endereço de residência em São Paulo durante o cumprimento de um mandado de prisão expedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O dirigente, que teve papel central na elaboração do relatório técnico utilizado para questionar sem provas o resultado das urnas eletrônicas em 2022, é agora considerado foragido pela justiça. >
A diligência ocorreu como parte da ofensiva da PF contra o núcleo que articulou a tentativa de golpe de Estado e a desinformação sobre o sistema eleitoral brasileiro. Segundo os agentes, ao chegarem ao imóvel vinculado a Rocha, constataram que o endereço não estava mais ocupado por ele. Vizinhos e funcionários do edifício foram ouvidos para tentar identificar o paradeiro ou a data da última movimentação do investigado no local.>
O Instituto Voto Legal, sob a liderança de Rocha, foi contratado pelo Partido Liberal (PL) para realizar uma "auditoria" das urnas. O relatório produzido pela entidade foi a base para a representação judicial que pedia a anulação de votos de mais de 279 mil urnas de modelos antigos, o que resultou em uma multa de R$ 22,9 milhões aplicada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) por litigância de má-fé.>
As investigações atuais indicam que Rocha atuava no chamado "núcleo de desinformação e ataques ao sistema eleitoral", colaborando com militares e assessores da gestão anterior para inflamar movimentos antidemocráticos. A suspeita é de que o engenheiro tenha tido acesso a informações privilegiadas e fugido antes da deflagração da operação para evitar a prisão.>
A Polícia Federal já incluiu o nome de Carlos Rocha no Sistema de Procurados e Impedidos (STI), o que impede sua saída legal do país por portos ou aeroportos. Caso a fuga internacional seja confirmada por vias clandestinas, a PF deve solicitar a inclusão de seu nome na Difusão Vermelha da Interpol.>
O STF e a Procuradoria-Geral da República (PGR) acompanham o caso. A defesa de Rocha ainda não apresentou um posicionamento oficial sobre a ausência do cliente no endereço informado às autoridades ou sobre a intenção de uma rendição voluntária.>