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Sete são presos por desviar salários de jogadores de futebol; Gabigol e Kannemann estão entre vítimas

Operação Falso 9 desmonta esquema milionário que vitimou atletas brasileiros e uma instituição financeira com falsa portabilidade de salário

  • Foto do(a) author(a) Tharsila Prates
  • Tharsila Prates

Publicado em 24 de junho de 2025 às 15:08

Dinheiro apreendido durante a Operação Falso Nove
Dinheiro apreendido durante a Operação Falso Nove Crédito: Divulgação

A Polícia Civil de Rondônia (RO) e a do Paraná (PR) deflagraram, nesta terça-feira (24), a Operação Falso 9, para desarticular um esquema de estelionato milionário contra jogadores de futebol de times brasileiros e uma instituição financeira, por meio de fraudes na portabilidade de salários.

Segundo a TV Globo, entre as vítimas estão atletas da Série A do Campeonato Brasileiro, como os jogadores Gabriel Barbosa, o Gabigol, atualmente no Cruzeiro, e o argentino Walter Kannemann, do Grêmio.

Foram expedidos 33 mandados judiciais, sendo 22 de busca e apreensão domiciliar, nove de prisão preventiva e dois de prisão temporária, em Almirante Tamandaré (PR), Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Lábrea (AM) e Porto Velho (RO). Sete pessoas foram presas, e R$ 800 mil em dinheiro vivo, apreendidos, além de uma arma, maquininhas de cartão e diversos celulares que teriam sido utilizados no esquema.

A ação contou com a participação de mais de cem policiais civis, além do apoio das polícias civis do Amazonas (AM) e do Mato Grosso (MT).

Modus operandi

A investigação teve início em janeiro deste ano, após o setor de prevenção à fraude de uma instituição financeira identificar irregularidades em operações de portabilidade salarial de atletas.

Os criminosos abriam contas bancárias com documentos falsos e dados de jogadores de futebol. Pouco tempo depois, solicitavam a portabilidade do salário do verdadeiro titular dos dados para a conta fraudulenta. Assim que os valores eram recebidos, os golpistas transferiam o dinheiro para outras instituições financeiras, compravam produtos e serviços ou faziam saques em caixas eletrônicos, dificultando o rastreamento e a recuperação dos valores.

O montante total desviado ultrapassa R$ 1 milhão, dos quais R$ 135 mil foram recuperados e bloqueados preventivamente. Após a detecção da fraude, a instituição financeira corrigiu imediatamente a vulnerabilidade e ressarciu as vítimas, que não tinham conhecimento do golpe.

A polícia descobriu ainda que, entre os criminosos beneficiários identificados, estão pessoas jurídicas com sede em Cuiabá (MT) e Porto Velho (RO), além de indivíduos, que receberam, juntos, mais de R$ 287 mil.

A ação faz parte da mobilização para intensificar o combate às fraudes no País, por meio do Laboratório de Operações Cibernéticas (Ciberlab), da Diopi. A operação foi iniciada pela Polícia Civil de Rondônia, por meio das 1ª e 2ª Delegacias de Repressão ao Crime Organizado (Draco), e pela Polícia Civil do Paraná, através do Núcleo de Combate aos Cibercrimes.

“Alertamos a todos para a importância de proteger seus dados pessoais e financeiros e de sempre verificar a autenticidade de qualquer solicitação de portabilidade ou alteração de dados bancários", afirma o diretor de Operações Integradas e de Inteligência (Diopi), da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp), Rodney da Silva.

Segundo a polícia, a Operação Falso 9 recebeu esse nome em alusão à posição tática do futebol que simboliza dissimulação e movimentação enganosa — uma analogia direta ao artifício utilizado pelos fraudadores que se fizeram passar por jogadores para aplicar o golpe.

Legislação

Os investigados poderão responder pelos crimes de estelionato na modalidade fraude eletrônica (Art. nº 171, §2-A do CP), falsa identidade (Art. nº 307, do CP), uso de documento falso (Art. nº 304, do CP), organização criminosa (Art. nº 2º, da Lei nº 12.850/2013) e lavagem dinheiro (Lei nº 9.613/1998), cujas penas podem atingir até 33 anos de prisão e multa.

As polícias civis seguem com as investigações para identificar e responsabilizar os demais membros da organização criminosa e rastrear a destinação final dos recursos desviados. O Ministério da Justiça e Segurança Pública alerta a população para denunciar qualquer tentativa de golpe.