Boemia e sangue, celular para líder de facção e morto por denunciar tráfico

Rio Vermelho está com efetivo da PM reduzido em 73%

À medida que a criminalidade expande, o efetivo policial reduz. É o que diz o presidente da Associação dos Moradores do Rio Vermelho (AMARV), Lauro Matam. Segundo ele, há cerca de 15 anos, o bairro boêmio tinha 300 PMs. Hoje, não passa de 80 - uma redução de 73%.

“Pedimos mais policiais e viaturas, mas saímos de lá do jeito que entramos”, declara ele, sobre encontro na Secretária de Segurança Pública em 2020. E a violência só piorou. Na quinta (08), após trocar tiros, um homem invadiu um condomínio na Rua Rodrigo Argollo - na mesma região, um rapaz morreu com mais de 50 tiros no dia 04 de abril. No dia 29/04, um jovem foi morto no Largo de Santana.

A Coluna pediu à PM o efetivo de policiais na região, mas até agora nada. Enquanto isso, moradores, como Lauro, só têm uma única opção: “sair daqui. E quem puder, faça o mesmo”.

Monitor de ressocialização levava aparelho para liderança do BDM

O monitor de ressocialização Cláudio Matheus, preso após tentar entrar no Conjunto Penal Masculino de Salvador com celular, pretendia entregar o aparelho para o traficante Ronald, uma das lideranças do Bonde do Maluco (BDM). Cláudio pretendia chegar à cela 1, do pavilhão 1, mas acabou desmascarado nesta quarta-feira (07).

Ele, que trabalhava há três meses pela empresa Socializa, empresa que presta serviço para a Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (Seap), foi detido quando passava pelo bodyscaner. Ao ser revistado por policiais penais, foi encontrado o material ilícito. O suspeito alegou ter sido ameaçado por traficantes do bairro da Ribeira.

Nas imagens que circulam nas redes sociais, ele retira um celular, três relógios digitais e um cabo carregador de dentro da bota que calçava.

Jovem denuncia tráfico e é morto

 O jovem Carlos Eduardo, de 22 anos, estava desaparecido há 12 dias em Feira de Santana. Mas terça-feira (06), o caso teve um desfecho, embora trágico.

O corpo dele foi encontrado em estado avançado de decomposição no bairro Aviário, subúrbio da região. 

Segundo moradores, ele foi julgado à morte porque traficantes desconfiaram que a vítima havia denunciado à facção à polícia, que passou a intensificar as operações na região.