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Agência Correio
Publicado em 14 de dezembro de 2025 às 07:00
Ingerir alimentos ricos em leite ou vegetais não garante saúde óssea se o seu corpo está absorvendo mal o cálcio. Essa falha metabólica, conhecida como má absorção de cálcio, impede que o mineral chegue à corrente sanguínea, forçando o organismo a retirar cálcio dos ossos e gerando sintomas neuromusculares e estruturais claros. >
Mesmo comendo alimentos ricos em cálcio, seu corpo pode estar falhando em aproveitá-lo, resultando em sintomas musculares, neurológicos e estruturais que aparecem como alertas claros. Veja a seguir os principais sinais que indicam má absorção do mineral: >
Alimentos que fornecem cálcio
Sim, o cálcio é essencial para regular a contração e o relaxamento muscular. Quando a absorção é ineficiente, ocorre uma condição chamada hiperexcitabilidade neuromuscular, em que os músculos se contraem involuntariamente e não conseguem relaxar.>
Isso se manifesta clinicamente como cãibras dolorosas, especialmente nas panturrilhas e coxas, ou espasmos menores, como tremores nas pálpebras. A Cleveland Clinic explica que esses sinais de tetania são frequentemente os primeiros indicativos de que os níveis de cálcio no sangue caíram abaixo do ideal.>
A sensação de dormência ou formigamento (parestesia) nas pontas dos dedos, pés e ao redor da boca é um sintoma neurológico clássico de hipocalcemia. Os nervos dependem de níveis precisos de cálcio para transmitir impulsos elétricos de forma estável e controlada.>
Quando a absorção falha, essa transmissão torna-se errática e sensível. Ignorar esse formigamento persistente é perigoso, pois indica que o sistema nervoso está operando em déficit mineral significativo, o que pode evoluir para problemas mais graves.>
O corpo prioriza rigorosamente o cálcio para funções vitais, como os batimentos cardíacos, “roubando” o mineral de tecidos estruturais quando a absorção é baixa. O resultado visível são unhas que se tornam secas, quebradiças e que descamam com facilidade, perdendo sua integridade.>
A saúde bucal também sofre impactos diretos e visíveis. Os dentes podem tornar-se mais frágeis e suscetíveis a cáries, e a mandíbula pode perder densidade óssea, o que em casos severos pode levar à mobilidade dentária ou problemas na gengiva.>
Embora seja um sintoma inespecífico, o cansaço extremo e a falta de energia são sinais comuns de que o metabolismo mineral está desequilibrado. A deficiência de cálcio pode levar a uma sensação de letargia física profunda e insônia, prejudicando a recuperação diária.>
Além do cansaço físico, a função cognitiva pode ser afetada. Pacientes com má absorção crônica frequentemente relatam “névoa mental”, confusão e dificuldade de concentração, sintomas que muitas vezes são erroneamente atribuídos apenas ao estresse ou ao envelhecimento.>
A má absorção de cálcio raramente é um problema isolado da dieta; na maioria dos casos, é um sinal direto de deficiência de vitamina D. Esse nutriente atua como uma chave que “abre a porta” do intestino para permitir a entrada do cálcio na corrente sanguínea.>
Sem níveis adequados de vitamina D, o corpo absorve apenas cerca de 10% a 15% do cálcio ingerido. O NIH (EUA) alerta que corrigir a vitamina D é o primeiro passo obrigatório para restaurar a absorção eficiente e proteger a densidade óssea. Para quem quer reforçar essa vitamina pela alimentação, vale investir em fontes alimentares ricas no nutriente, sempre com orientação profissional.>
Muitas vezes, o problema não é a falta de ingestão de cálcio, mas sim a presença de antinutrientes que impedem o corpo de aproveitá-lo. Substâncias como oxalatos, presentes em espinafre e beterraba, e fitatos, em leguminosas como o feijão, podem bloquear a absorção do mineral.>
A solução para “destravar” esse cálcio é simples: deixar as leguminosas de molho e cozinhar os vegetais, descartando a água após o cozimento. Esse processo elimina grande parte desses compostos bloqueadores e melhora o aproveitamento do cálcio pelos intestinos.>
Além de bloquear a entrada, certos hábitos forçam a saída do cálcio pela urina. O consumo excessivo de sódio, presente em sal e alimentos industrializados, e de cafeína aumenta a excreção urinária, fazendo com que o corpo perca o mineral que acabou de absorver.>
Quem busca prevenir a osteoporose e garantir ossos fortes pode se beneficiar de ajustes simples no estilo de vida, como reduzir o excesso de sal, moderar a cafeína, cuidar da vitamina D e preparar melhor os alimentos ricos em cálcio. Esses passos, aliados ao acompanhamento médico ou nutricional, ajudam a proteger ossos, dentes, músculos e o sistema nervoso ao longo dos anos.>