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Agência Correio
Publicado em 3 de setembro de 2025 às 08:00
A Terra, como conhecemos, está com os dias contados. Cientistas preveem que, em 250 milhões de anos, os continentes atuais se reunirão para formar uma única e gigantesca massa de terra, um novo supercontinente batizado de Pangeia Próxima. >
Apesar de ser um evento distante, o estudo alerta para um futuro extremamente quente e inóspito, onde a maior parte do planeta se transformaria em um vasto deserto, dificultando a sobrevivência da vida como a conhecemos.>
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Em um trabalho fascinante que mistura geologia e climatologia, pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, usaram modelos computacionais para simular como será a face do nosso planeta em um futuro quase inimaginável. O Brasil, é claro, terá um assento nessa nova configuração global.>
A deriva continental, movimento lento e constante das placas tectônicas, é a força por trás dessa mudança épica. A África colidirá com a Europa, a Austrália se unirá à Ásia, e as Américas e a Antárctica se encontrarão para, então, se juntarem ao bloco principal. >
O estudo prevê que o novo continente ficará concentrado na posição da África atual. Entretanto, essas projeções deixam de fora a Nova Zelândia, que, segundo a pesquisa, ficará isolada do supercontinente. >
Qualquer ser humano ou animal vivo nessa época acharia impossível uma viagem intercontinental.>
A principal revelação do estudo é o clima hostil deste mundo futuro. Um supercontinente reteria mais calor do que os continentes atuais. >
Isso acontece porque a maior parte da área terrestre estaria longe dos mares, que oferecem resfriamento no verão e aquecimento no inverno. >
Segundo o pesquisador Alexander Farnsworth, um dos autores do estudo, "esse efeito dobra a temperatura média da superfície terrestre".>
Além disso, o calor pode mais que dobrar. A pesquisa de Farnsworth sugere que a formação do supercontinente liberaria gases do efeito estufa. Quando os continentes colidem, vulcões podem liberar dióxido de carbono, o que aqueceria ainda mais o planeta. >
O estudo estima que a atmosfera teria quase 50% mais dióxido de carbono em comparação com os níveis atuais.>
O triplo impacto desses fatores – continentalidade, vulcanismo e um sol mais forte – tornaria a Pangeia Próxima um lugar brutal. Com o nível esperado de gases do efeito estufa, quase metade do planeta se tornaria um deserto. >
A pesquisa prevê que partes da gigantesca massa terrestre poderiam atingir 60 °C durante o verão. A vida de plantas seria difícil com as temperaturas acima de 40 °C. Apenas 16% de toda a terra seriam considerados habitáveis, possivelmente nas extremidades norte e sul.>
Apesar de focar em um horizonte de centenas de milhões de anos, os cientistas fazem um alerta crucial para o presente. Eles reforçam que essas projeções de longo prazo não devem ser uma desculpa para adiar ações contra a crise climática atual. >
Pelo contrário, servem como um aviso sobre os perigos do aquecimento global descontrolado. "Precisamos garantir que o clima permaneça em condições mais frias e favoráveis se quisermos continuar a prosperar", conclui Farnsworth. >
A mensagem é clara: o futuro distante depende das escolhas que fazemos hoje.>