Acesse sua conta
Ainda não é assinante?
Ao continuar, você concorda com a nossa Política de Privacidade
ou
Entre com o Google
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Recuperar senha
Preencha o campo abaixo com seu email.

Já tem uma conta? Entre
Alterar senha
Preencha os campos abaixo, e clique em "Confirma alteração" para confirmar a mudança.
Dados não encontrados!
Você ainda não é nosso assinante!
Mas é facil resolver isso, clique abaixo e veja como fazer parte da comunidade Correio *
ASSINE

Casal adota cinco crianças negras para escravizar e é condenado com sentença histórica: 'Inferno diário'

Sentença histórica reconhece racismo, tráfico humano e abusos

  • Foto do(a) author(a) Fernanda Varela
  • Fernanda Varela

Publicado em 26 de setembro de 2025 às 15:57

Casal adota crianças negras para escravizar
Casal adota crianças negras para escravizar Crédito: Reprodução

Um caso que chocou os Estados Unidos ganhou repercussão internacional nesta semana. O casal branco Jeanne Kay Whitefeather e Donald Ray Lantz, da Virgínia Ocidental, foi condenado a um total de 375 anos de prisão por submeter cinco irmãos negros adotados a abusos físicos, psicológicos, trabalho forçado e maus-tratos sistemáticos. A decisão foi considerada uma das sentenças mais duras do país em crimes de abuso infantil e racismo.

Casal adota crianças negras para escravizar por Reprodução

De acordo com o julgamento, Whitefeather recebeu pena de até 215 anos, enquanto Lantz foi sentenciado a 160 anos. Embora haja previsão de possibilidade de condicional,ela após 40 anos e ele após 30, a expectativa é de que ambos permaneçam presos pelo resto da vida.

As crianças, que tinham entre 5 e 16 anos, foram resgatadas em 2023 depois que vizinhos denunciaram que algumas estavam mantidas em um galpão sem luz, trancadas, dormindo no chão e privadas de higiene. Durante as investigações, a polícia descobriu um cenário alarmante: os irmãos eram obrigados a executar tarefas pesadas, ficavam sem acesso a alimentação adequada, sofriam violência física e psicológica e eram constantemente alvo de ofensas racistas. Em uma das ocasiões, agentes precisaram usar um pé de cabra para libertar duas das vítimas que estavam presas dentro do galpão.

O caso foi classificado como tráfico humano, abuso infantil, trabalho forçado e violação de direitos civis motivada por racismo. Testemunhas relataram que as crianças eram obrigadas a permanecer em pé por horas com as mãos levantadas, impedidas de tomar banho e forçadas a cavar com as próprias mãos. As refeições eram precárias, muitas vezes limitadas a sanduíches de pasta de amendoim.

Durante o julgamento, Whitefeather negou que os trancamentos fossem intencionais e chegou a afirmar que o espaço utilizado como cela era “um quarto para adolescentes”. A versão foi contestada por provas e testemunhos. A defesa ainda tentou argumentar que o casal estava sobrecarregado com questões de saúde mental dos filhos e falhas do sistema de assistência social, mas a corte rejeitou os argumentos.

A juíza Maryclaire Akers foi dura ao proferir a sentença: “Vocês trouxeram essas crianças para a Virgínia Ocidental, um lugar que eu conheço como quase paraíso, e as colocaram no inferno. Este tribunal agora vai colocar vocês no de vocês.”

Durante a audiência, foram lidas cartas escritas por quatro das crianças, em que relataram traumas profundos, medo de afeto, pesadelos recorrentes e dificuldade de confiar em adultos. Uma delas descreveu o período vivido com o casal como “um inferno diário”.

A condenação é vista como histórica por advogados e especialistas em direitos humanos, não apenas pela extensão da pena, mas também por reconhecer de forma clara a motivação racista e a exploração infantil como parte central dos crimes. Para organizações de proteção à infância, o caso expõe a necessidade de maior rigor na fiscalização do processo de adoção e reforça a luta contra o racismo estrutural.

Tags:

Eua Escravidão Racismo Estados Unidos Escravizar Adoção